‘Egon Schiele – Morte e a Donzela’ instiga ao contar história do pintor
Cinebiografia de Dieter Berner traz à luz um dos artistas mais fortes e originais do início do século XX
(Egon Schiele: Tod und Mädchen, Áustria/Luxemburgo, 2016. Estreia no país na quinta-feira, 19) Com suas figuras humanas retorcidas, seus temas eróticos e suas representações lúgubres — obtidas, paradoxalmente, com um uso não raro vibrante das cores —, o austríaco Egon Schiele (1890-1918) abriu uma trilha única na pintura expressionista do início do século XX. Também sua vida pessoal foi sui generis: repleta de excessos, ela incluiu relações possivelmente incestuosas com a irmã, Gerti (Maresi Riegner), além de um julgamento por pedofilia. O filme, do diretor Dieter Berner, passa por esses acontecimentos, e muitos outros mais, na recriação da vida adulta de Schiele (Noah Saavedra), do fervilhamento cultural da época e da desilusão da I Guerra Mundial. Ainda que falhe, às vezes, em se aprofundar, ele instiga por trazer à luz um dos artistas mais fortes e originais de um período que os produziu em quantidade.