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Uma homenagem a Prince, pelo discípulo Max de Castro

O cantor, compositor e guitarrista se une a integrantes da banda do popstar americano numa única apresentação em São Paulo

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 jul 2020, 22h06 - Publicado em 15 ago 2016, 19h47
Max: o tributo a Prince vem acompanhado pelo lançamento do single Disposição, que encerra um auto-exílio de dez anos

Max: o tributo a Prince vem acompanhado pelo lançamento do single Disposição, que encerra um auto-exílio de dez anos

 

 

Maximiliano Simonal Pugliese de Castro tinha dez anos quando assistiu a dois clipes de Prince no extinto Som Pop, da TV Cultura – que por muito tempo foi um dos poucos canais de novidades no mundo da música. 1999 e Little Red Corvette, os tais vídeos, causaram nele tanto impacto que por várias ocasiões seus amigos o viram deslizando de joelhos no tapete, numa tentativa de imitar os passos do popstar americano. Tempos depois, Maximiliano adotou o nome artístico de Max de Castro e se tornou uma das maiores expressões do pop e da MPB no final dos anos 90. Na próxima sexta-feira, contudo, ele se transforma de novo no garoto que se encantou com Prince. Max, 43 anos, comanda um tributo ao cantor, compositor e guitarrista americano, morto em abril de 2016, numa única apresentação no Cine Joia, em São Paulo. Ele será acompanhado pelo baixista Andrew Gouche, pelo baterista John Blackwell e pelos tecladistas Dominique Taplin e Cassandra O’Neal, que integraram uma das últimas formações da New Power Generation (banda de Prince), além de um naipe de metais formado por instrumentistas brasileiros de alta patente. A seleção de músicas, a cargo de Max, inclui sucessos como When Doves Cry, Kiss e Purple Rain, além de faixas menos conhecidas como Pop Life.

Max de Castro acha que Prince é pouco conhecido no Brasil. Ele tem razão. Tirando um ou outro clipe ou o repertório de Purple Rain (1984), disco que lhe rendeu o Oscar de melhor trilha sonora, não se conhece muito sobre a trajetória musical do cantor, ícone da música negra dos anos 80. Mas parte dessa ignorância – que, diga-se, não é exclusiva do público brasileiro – se deve ao próprio Prince. “A partir de Lovesexy, de 1988, a música dele deixou de ser comercial”, reconhece Max. Prince também se auto-sabotou, lançando discos de qualidade duvidosa (estou para conhecer alguém que aprecie Come, de 1994) e fechou a porta para as inovações tecnológicas surgidas no início dos anos 2000. Até pouco tempo era impossível achar qualquer vídeo dele no YouTube ou escutar seus trabalhos nos sites de streaming. Pouco antes de morrer, no entanto, ele estava tentando reverter a situação. Seus últimos discos foram lançados pela Tidal, plataforma de streaming criada pelo rapper americano Jay-Z.

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Prince, verdade seja dita (ou melhor, escrita), nunca foi um revolucionário. Pelo menos não no sentido de um Ray Charles ou de um James Brown, que criaram respectivamente a soul music e o funk. Mas ele tem o mérito de expandir os limites desses dois gêneros ao misturá-los com o rock (Purple Rain) ou com a psicodelia (o disco Around the World in a Day, de 1985). Como bandleader, está para o funk assim como Duke Ellington (1899-1974) estava para o jazz. Exigia o máximo de colaboração e de participação (e assim como Ellington, muitas das composições de Prince foram criadas a partir de sugestões de seus instrumentistas, sem que lhes fossem dados os devidos créditos) e fazia apresentações memoráveis. Um dos pontos altos de sua carreira foi o show/filme Sign O’ the Times, exibido na Mostra Internacional de Cinema, de São Paulo, em 1988.

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Max de Castro, à sua maneira, também seguiu os passos do ídolo. Samba Raro, seu disco de estreia, retrabalhava o do neo soul norte-americano, que pregou a volta da sonoridade da música negra dos anos 1960, e que tinha como principais expoentes os cantores Maxwell e D’Angelo. O sucesso do álbum rendeu a Max uma reportagem na revista americana Time, que o apontou como uma das revelações da música mundial ao lado das cantoras Shakira e Björk. Orchestra Klaxon (2002) e Balanço das Horas (2006), seus discos posteriores, traziam o samba em suas mais variadas vertentes: da bossa nova ao samba rock. “A variedade do Orchestra Klaxon tem muito a ver com essa filosofia princeana”, admite Max. A apresentação no Cine Joia também será o ponto de partida da retomada artística do cantor e guitarrista, que está há uma década sem lançar um novo trabalho. Há duas semanas ele lançou Disposição, single de pegada rock’n’roll, cujos versos fazem referência à letra de Come as You Are, do Nirvana.

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A homenagem de Max de Castro a Prince é a primeira de muitos tributos ao cantor, compositor e guitarrista americano. No dia 02 e 03 de setembro, a Revolution, banda que o acompanhou nos clássicos Purple Rain, Around the World in a Day e Parade (1986) irá se apresentar no First Avenue, clube de Minneapolis onde foram filmadas as cenas do filme Purple Rain. A cidade natal de Prince também será palco de um tributo a ser realizado no dia 13 de outubro, com participação de Stevie Wonder, Bruno Mars e a arroz-de-festa Lady Gaga. A Revolution pode ser uma boa opção, mas é melhor assistir a Max de Castro do que se apavorar com o assassinato do cancioneiro princeano por Lady Gaga. E Max de Castro entende do riscado. Os ingressos podem ser adquiridos por este site aqui.

https://www.livepass.com.br/event/max-de-castro-canta-prince/

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