Menores e sem “destination wedding”: o novo normal de casamentos de luxo
Mais famosa cerimonialista do país, Vera Simão teve Covid-19 há dois meses
‘Maior especialista em casamento de luxo do Brasil, a cerimonialista Vera Simão tem no currículo a criação da feira Casar e ter organizado cerimônias de celebridades como Juliana Paes e Luciana Gimenez, além de ter sido cerimonialista do Palácio dos Bandeirantes. Há sete anos, ela saiu do mercado para dedicar-se aos estudos de psicanálise e ao trabalho voluntário com cuidados paliativos. Sem revelar idade (“vivemos uma era em que contar os anos é o menos importante”), Vera se recuperou recentemente do coronavírus. Na entrevista a seguir, ela conta sua experiência com a doença e fala do futuro do mercado das grandes celebrações:
A senhora organizou casamentos para mais de 1.000 convidados e com orçamentos na casa do milhão de reais. Como vai ficar esse mercado? Esse setor foi o primeiro a parar e será o último a voltar, até porque no Brasil um foco de contaminação foi justamente em um casamento, na Bahia. Penso que deve ter um retorno de casamentos intimistas, apenas com familiares e amigos próximos, onde as pessoas conversam e se cumprimentam. Os chamados “destination wedding”, no Brasil e no exterior, devem desaparecer neste começo. Além de aglomeração e festas por dias seguidos, requer pegar avião para outro lugar. Ninguém vai pensar nisso neste momento em que o retorno está sendo discutido.
Casamentos enormes, então, estão fadados a acabar? Em um primeiro momento, sim. Eu acho natural e não vejo problema. Quem me conhece sabe bem: não gosto de aglomeração de gente, nunca fui em casamento grande como convidada. Aliás, nunca casei na vida. Aglomeração para mim é trabalho, não gosto. Prefiro recepções pequenas.
No fim de semana, a senhora esteve em um almoço… Foi falado que era uma festa, mas é mentira. Tinham cinco pessoas. Não sou irresponsável. Comemoro agora dois meses de minha vitória contra a Covid. Não senti falta de olfato ou paladar, mas aquela sensação de uma gripe forte. Como minha saúde é de ferro, fui ver o que era. Passei nove dias internada, sendo dois deles na UTI. Como está tudo em aberto, não podemos dizer que eu esteja imunizada e, se sim, por quanto tempo.