Matheus Mazzafera diz notar ‘sinais de homofobia’ no YouTube
Youtuber afirma que amigos heterossexuais faturam mais do que ele com a plataforma — ainda que seus canais tenham o mesmo número de visualizações
Com mais de 5 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, em que entrevista celebridades como Neymar e Marina Ruy Barbosa, Matheus Mazzafera relata episódios de homofobia por parte dos responsáveis pela plataforma (o YouTube nega qualquer irregularidade).
O que ocorreu? Eu amo o YouTube e sei de sua relevância ao gerar discussão e conteúdo sobre todos os assuntos, mas noto sinais de homofobia. Um vídeo meu no qual entrevisto a cantora trans Pabllo Vittar foi bloqueado por dois dias até ir ao ar. Imagino que o algoritmo tenha percebido algo estranho. Como todo robô é treinado por humano, ficou esquisito. Há também a questão financeira.
Explique melhor. Faturo menos que amigos meus heterossexuais que têm a mesma quantidade de visualizações. Questionei o YouTube sobre essa discrepância, mas não me deram explicação. Vou além. Tenho um quadro chamado Desafio dos Casais, em que entrevisto duplas como Duda Nagle e Sabrina Sato. Há mais de cinquenta entrevistados. Todos os vídeos renderam dinheiro, menos um em que converso com um casal gay. Não quero privilégio, mas igualdade.
Segue a resposta completa do YouTube sobre o caso:
A missão do YouTube é dar a todos uma voz e revelar o mundo. Acreditamos que todos têm o direito de expressar opiniões e que o mundo se torna melhor quando ouvimos, compartilhamos e nos unimos por meio das nossas histórias. Nossos valores são a Liberdade de expressão, o Direito à informação, o Direito à oportunidade e a Liberdade para pertencer. Para garantir a existência desses valores, possuímos um conjunto claro de Diretrizes da Comunidade, que define claramente o que pode ou não estar no YouTube. Inclusive, o Google frequentemente luta em juízo contra ações que, em contrariedade ao Marco Civil da Internet, buscam a censura de conteúdos de interesse público. Além disso, temos orgulho de apoiar publicamente a comunidade LGBTQIA+, inclusive em eventos como a transmissão ao vivo da Parada LGBTQIA+, que foi destaque no evento Brandcast na noite de ontem. Também procuramos representar toda a diversidade da comunidade não só nos convidados e ações, mas também na cobertura do tapete vermelho. Somos radicalmente contra qualquer tipo de preconceito e nossa plataforma não faz nenhum tipo de censura em conteúdo ou sua monetização.
Publicado em VEJA de 2 de outubro de 2019, edição nº 2654