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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O que explica a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas

Só uma coisa mais disfuncional que o governo: a oposição

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jul 2020, 15h43 - Publicado em 23 jul 2020, 15h43

Duas pesquisas divulgadas nesta semana confirmam a gradual recuperação da aprovação do governo Bolsonaro. De acordo com o Datapoder360, em um mês a diferença entre os que rejeitam e os que aprovam o governo caiu de 19 pontos percentuais para 13 pontos percentuais. Na pesquisa XP/Ipespe, entre junho e julho o saldo entre os que aplaudem e os que vaiam a gestão Bolsonaro foi de 20 pontos percentuais para 15 pontos percentuais. Como se diz no mercado de pesquisas, o jacaré está fechando a boca (numa referência ao formato dos índices no gráfico).

As pesquisas confirmam que a maioria dos brasileiros segue considerando o governo ruim ou péssimo, 45% na XP e 43% no DataPoder360, mas essa rejeição está diminuindo. De acordo com o Datapoder360, entre os brasileiros sem renda ou desempregados (que representam absurdos 47% da população), o ódio ao governo Bolsonaro caiu de 43% para 38%. Entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos, em um mês a rejeição foi de 60% para 41%. As duas pesquisas não indicam que Bolsonaro voltará a ser popular, mas mostram que o presidente está perto de cruzar o cabo da Boa Esperança do pior momento da crise.

É um paradoxo. Jair Bolsonaro é corresponsável pela pior resposta à pandemia de Covid-19 do mundo, gerencia uma recessão de fazer a crise do governo Dilma parecer jardim de infância, ameaça intervenção militar para intimidar o STF e tenta abafar casos de corrupção na família. Mesmo assim, a reprovação ao governo cai. Qual o segredo?

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São três os fatores que alimentam o bolsonarismo. A mais óbvia é o auxílio emergencial, que ajuda a sobrevivência de 65 milhões de brasileiros. É o maior programa de renda do mundo e explica por que os brasileiros sem renda fixa ou desempregados agora olham o governo com mais ternura.

O segundo motivo é a interdição de Bolsonaro no Palácio do Alvorada desde que faz-tudo Fabrício Queiroz foi preso. Com o presidente mais quieto, o governo conseguiu funcionar minimamente, o Congresso votou o que precisava votar e a vida no País seguiu quase normal. O silêncio de Bolsonaro é seu maior aliado.

O terceiro motivo é a falta de oposição. A única coisa mais disfuncional no Brasil do que o governo Bolsonaro são as oposições ao governo Bolsonaro. Fernando Haddad está atado aos rancores do PT, Ciro Gomes fermenta seu ódio a Lula, João Doria não consegue responder à pandemia em São Paulo, Luciano Huck segue indeciso entre a lua do céu ou a lua do mar, o partido de João Amoedo virou puxadinho do ministro Paulo Guedes e, com os procuradores de Curitiba enfraquecidos, Sergio Moro perdeu seu maior trunfo. Por mais que rejeitem o atual governo, esses possíveis candidatos a presidente não se falam, não conseguem concordar em pontos básicos e, principalmente, não oferecem ao distinto eleitor uma alternativa a Bolsonaro. Sem oposição, Bolsonaro só precisa ficar quieto para voltar a ser favorito para a reeleição.

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