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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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A segunda onda é o fantasma do Natal

Com o fim das eleições, prefeituras vão revelar número real de casos de Covid-19

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 nov 2020, 13h58 - Publicado em 24 nov 2020, 16h57

Como dois e dois são quatro, na segunda-feira, dia 30, quando as pessoas se acostumarem com os resultados do segundo turno das eleições municipais, um fantasma voltará a assombrar o Natal, a volta da Covid-19. Não vou gastar a paciência do leitor discutindo se é uma segunda onda ou um repique da primeira fase. O importante é que ficarão mais evidentes os riscos de contaminação por Covid-19 às vésperas das festas de fim de ano, quando todos tentaremos comemorar termos sobrevivido a 2020.

Nesta terça-feira, o centro de controle de epidemias do Imperial College, de Londres, no Reino Unido, calculou que taxa de contágio do coronavírus em novembro no Brasil é a maior desde maio, quando foi registrado o maior número de mortos na pandemia. A taxa de contágio indica para quantas pessoas um paciente infectado consegue transmitir o coronavírus. De acordo com os números atuais, de cada 100 brasileiros contaminados transmitem o vírus para outras 130. Quando o número é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa, indicando avanço da doença.

Os motivos desse crescimento são visíveis nas ruas. Depois de terem se cansado de permanecer em quarentena, as pessoas estão abandonando cuidados básicos como o uso de máscara, a distância mínima e aglomeração nos bares. As notícias alvissareiras de que as pesquisas sobre diversas vacinas parecem ter fermentado o clima “já acabou”. Mas não.

Se tudo der certo, a vacinação em massa só estará disponível depois de março e, mesmo assim, seus resultados só são efetivos depois da segunda dose. E aí entra o maior inimigo do combate à Covid-19, o governo Bolsonaro.

Nesta semana, o Estadão mostrou que o Ministério da Saúde está deixando apodrecer em um depósito federal 6,86 milhões de testes para diagnosticar a Covid-19. Se é incapaz de distribuir os kits para testagem, como este governo terá a organização mínima para enviar vacinas que necessitam de armazenamento em freezers? Imaginar que os militares que ocuparam o Ministério da Saúde sejam contaminados do vírus da competência é esquecer de todos os erros que transformaram o Brasil no segundo país do mundo em número de mortos por Covid-19. Não vai acontecer.

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É fato que muitas secretarias municipais de saúde atrasaram o envio de dados sobre contaminação e mortes para não municiar os candidatos de oposição. Sem a eleição, os trâmites para informação de novos casos serão milagrosamente mais rápidos e teremos em dezembro um pico em relação a novembro. A questão será saber o quanto é manobra e o quanto são realmente casos novos.

O melhor indicador é a ocupação de leitos, embora mesmo esses dados tenham sofrido com o viés eleitoral. De acordo com que se sabe oficialmente, as UTIs públicos do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Florianópolis e Vitórias estão acima de 80%. Cirurgias eletivas estão sendo canceladas em hospitais como o Einstein, de São Paulo.

Este será ainda um Natal de medo.

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