Sundance Channel Investe na Produção Seriada
Esta noite, o canal americano Sundance, parceiro do AMC, começa a exibir sua primeira produção seriada. Com o objetivo de produzir uma minissérie por ano, o Sundance Channel estreia “Carlos”, história inspirada na vida do terrorista venezuelano conhecido como Carlos, o Chacal. Com cinco horas e meia de duração, a produção será exibida em três […]
Esta noite, o canal americano Sundance, parceiro do AMC, começa a exibir sua primeira produção seriada. Com o objetivo de produzir uma minissérie por ano, o Sundance Channel estreia “Carlos”, história inspirada na vida do terrorista venezuelano conhecido como Carlos, o Chacal. Com cinco horas e meia de duração, a produção será exibida em três noites consecutivas.
“Carlos” não é uma minissérie inédita. Produzida pelo Sundance Channel em parceria com as francesas Studio Canal e Film En Stock, a minissérie já foi exibida pelo Canal + da França e apresentada, fora da competição, no Festival de Cannes desse ano, dividindo a crítica.
A produção foi dirigida por Olivier Assayas, que também escreveu o roteiro em parceria com Dan Franck. Filmada na França, Áustria, Alemanha, Hungria, Líbano e Marrocos, a minissérie levou sete meses para ser produzida com um orçamento estimado em 18 milhões de dólares.
Situada na década de 1970, a minissérie traça um panorama das ações terroristas contemporâneas. Carlos, o Chacal (Edgar Ramírez), cujo nome verdadeiro é Ilich Ramirez Sanchez, transforma-se rapidamente em um dos mais procurados terroristas do mundo. Utilizando várias identidades, ele foi capaz de orquestrar e colocar em prática dezenas de ataques terroristas que tiveram repercussão internacional.
Iniciando suas atividades com ataques terroristas em Londres, Carlos, um venezuelano, muda-se para a França, onde passa a executar várias missões como membro da Frente Popular Para a Libertação da Palestina. Sua fama tem início em 1975, quando consegue penetrar em uma reunião da OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo, realizada em Viena. Mantendo 70 reféns, entre eles 11 membros da Organização, Carlos negocia com o governo da Áustria, que lhe oferece salvo conduto. Ao libertar os membros da OPEP, Carlos provoca a revolta do grupo terrorista, que o expulsa do meio.
Formando seu próprio grupo, Carlos passa a atuar como mercenário, realizando missões subsidiadas por diferentes governos. Com a queda do Muro de Berlim, Carlos perde o apoio de vários políticos, reduzindo seu campo de ação. Refugiado no Sudão, ele é perseguido por agentes de diferentes governos, que se unem para capturá-lo. O julgamento ocorre em 1997, na França, onde Carlos é condenado à prisão perpétua.
No elenco também estão Alexander Scheer (Johannes Weinrich), Nora von Waldstätten (Magdalena Kopp), Christoph Bach( Hans-Joachim Klein), Ahmad Kaabour (Wadie Haddad), Susanne Wuest (Edith Heller), Anna Thalbach (Inge Viett), Julia Hummer (Gabriele Kröcher-Tiedemann).
Ainda vivo, Ilich Ramirez Sanchez tem o apoio do presidente da Venezuela, Hugo Chavez, que o considera um revolucionário e não um terrorista. A estreia da minissérie na França gerou um processo por parte de Sanchez, que busca controle sobre sua imagem e seu nome.
Criado em 1996, o Sundance Channel surgiu como uma extensão do Sundance Festival e do Sundance Institute, que promovem a produção de filmes independentes nos EUA. Na época, o canal era um empreendimento da CBS Corporation em parceria com a Universal Studios. Em 2008, foi vendido para a Rainbow Media, subsidiária da Cablevision, que também é proprietária do canal AMC. O nome Sundance faz referência ao filme “Butch Cassidy and the Sundance Kid”, produzido em 1969 e estrelado por Paul Newman e Robert Redford, que atua como diretor criativo do canal.
O Sundance Channel já tem mais quatro projetos de minisséries em desenvolvimento: “Triple Crossing“, drama geopolítico situado na América do Sul; “The Clinic“, suspense situado no futuro próximo; “Shutterbabe”, com base no livro de Deborah Copaken Kogan, sobre uma fotógrafa que viaja pelo mundo cobrindo notícias; e “Fear of Flying“, adaptação do romance de Erica Jong publicado em 1973 e que provocou controvérsia ao narrar a história de uma jovem casada que, em viagem à Viena, decide passar a noite com um estranho.