Polícia Volta a Investigar a Morte de Natalie Wood
Texto atualizado em 19/11/ 2011 Prestes a completar trinta anos da morte de Natalie Wood, a polícia alega ter recebido novas informações que a levam a reabrir o caso. A morte da atriz será investigada pelo Departamento da Homicídios de Los Angeles. Na noite do dia 29 de novembro de 1981, Natalie Wood, então com […]
Texto atualizado em 19/11/ 2011
Prestes a completar trinta anos da morte de Natalie Wood, a polícia alega ter recebido novas informações que a levam a reabrir o caso. A morte da atriz será investigada pelo Departamento da Homicídios de Los Angeles.
Na noite do dia 29 de novembro de 1981, Natalie Wood, então com 43 anos, passava o final de semana no iate Splendour, de propriedade dela e de seu marido, Robert Wagner (Casal 20), então com 51 anos.
Na companhia do casal estava o ator Christopher Walken, 38 anos, com quem ela filmava “Projeto Brainstorne”, bem como o capitão Dennis Darven. Naquela noite, o barco estava atracado próximo ao porto de Catalina.
Segundo investigações realizadas na época, Wagner, Walken e Wood bebiam há horas quando os dois primeiros começaram a discutir. O debate girava em torno do quanto a vida pessoal de uma artista poderia ser sacrificada em favor de sua arte. Christopher defendia o interesse de Natalie de retomar sua carreira de atriz enquanto Robert defendia sua família. “Projeto Brainstorne” era o primeiro filme de Natalie em três anos. Ela também se preparava para voltar aos palcos com a peça “Anastácia”.
No meio da discussão, Natalie teria decidido ir dormir. Mais tarde, Robert foi para sua cabine. Ao perceber que a esposa não estava lá, ele concluiu que Natalie teria pego um bote para voltar à terra firme, algo que ela já teria feito antes. Passados 10 ou 15 minutos sem que ela retornasse, Robert iniciou uma busca. Não encontrando Natalie, chamou a patrulha do porto. O corpo da atriz foi encontrado na manhã seguinte, próximo ao bote. Realizada uma investigação, a causa da morte foi considerada um acidente.
Segundo a polícia, Natalie teria escorregado ao tentar entrar no bote salva-vidas. Vestindo camisola, meias e um casaco, que teria servido de peso, a atriz, que não sabia nadar, se afogou. Uma mulher disse que ouviu gritos de socorro durante a noite, enquanto que outros proprietários de barcos atracados próximo ao porto disseram não ter ouvido nada, mas que a noite tinha sido fria e chuvosa.
A história apresentada levantou suspeitas na imprensa, que chegou a cogitar suicídio. A irmã da atriz, a escritora Lana Wood, não aceitou a solução dada ao caso e pediu que a polícia reiniciasse as investigações. Exames comprovaram que Natalie tinha 0,14% de álcool no sangue. Declarando que a morte não tinha sido um homicídio, nem suicídio, mas um acidente, a polícia se recusou a reabrir o caso.
Agora, segundo o jornal Los Angeles Times, a polícia recebeu uma carta, a qual afirma que os investigadores na época não se esforçaram na investigação do caso e que a versão do capitão do barco teria que ser averiguada. No dia 19 de novembro, a carta foi divulgada pelo The Hollywood Reporter e pode ser lida na íntegra aqui, juntamente com depoimentos assinados pelo Capitão Dennis Darven, por Roger Smith (membro da Guarda Costeira que encontrou o corpo), Marilyn Wayne, que diz ter escutado uma mulher pedindo socorro aquela noite, e de Lana Wood, irmã da atriz.
Dennis Darven e Marti Rulli lançaram em 2010 o livro “Goodbye Natalie, Goodbye Splendour“, no qual é descrita a discussão que ocorreu naquela noite. Entrevistado pela CNN, Darven afirmou que os investigadores foram incompetentes e que o caso foi abafado. Lamentando ter se calado a pedido de Robert Wagner, ele diz ter feito declarações na época que levaram a uma conclusão errônea.
Em vista da reabertura do caso, representantes do ator Robert Wagner divulgaram um comunicado junto à imprensa declarando que a família apoia a polícia. O comunicado diz que Robert confia que a polícia saberá avaliar se qualquer nova informação sobre a morte de Natalie Wood Wagner é digna de investigação e não um simples caso de exploração de uma morte trágica, que este ano completa 30 anos.
Segundo declarações de Darven à revista Vanity Fair, edição publicada em 2000 com trechos divulgados pelo site TV Week, o capitão acompanhava o trio naquela noite. Bebendo com eles, Darven disse que Natalie e Christopher estariam tendo um caso e começaram a se comportar como se ele e Robert não estivessem presentes. Robert ficou furioso a ponto de quebrar uma garrafa de vinho e acusar Christopher. Ele e Natalie se retiraram, cada um para suas cabines.
Mais tarde, Robert foi para sua cabine onde iniciou uma calorosa discussão com Natalie, que chegou a ser ouvida na cabine de comando. Pouco depois, ele escutou o bote ser solto. Então, Robert voltou a fazer companhia a Darven, com quem bebeu por mais algumas horas. Passado este tempo, Robert desceu à sua cabine e não encontrou Natalie. Confirmando a informação, Darven disse que ligaria os holofotes do iate para tentar localizá-la na água, mas Robert teria dito a ele para não fazer isso porque não queria alarmar ninguém.
Na carta enviada à polícia, que promoveu a reabertura do caso, Darven mantém seu depoimento, mas inclui mais detalhes. Por exemplo, ele afirma que Robert Wagner demorou para pedir ajuda à Guarda Costeira porque estava preocupado com sua imagem junto ao público. Em seu depoimento Darven diz que após algumas horas eles chamaram o guarda local do porto, Doug Oudin, que subiu à bordo do Splendour. Oudin levaria mais algum tempo para conseguir convencer Robert a chamar a Guarda Costeira.
Segundo a imprensa, em sua autobiografia “Pieces of My Heart“, publicada em 2009, Robert Wagner confirma que discutiu com Natalie Wood e que chegou a quebrar uma garrafa de vinho ao batê-la com força na mesa. Mas reafirma que, após ela se retirar para sua cabine, não a viu mais. Ao perceber que ela não estava no barco, concluiu que Natalie teria voltado de bote para terra firme. Ele entrou em contato por rádio com o restaurante onde os três tinham jantado naquela noite para conferir se ela estava lá. Depois, entrou em contato com o capitão do porto.
Segundo a polícia, a morte de Natalie continua sendo tratada como acidental.