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Por Sérgio Rodrigues
Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Dar-se ao trabalho ou dar-se o trabalho?

“Prezado Sérgio, está certo dizer que alguém ‘deu-se AO trabalho’ de fazer alguma coisa? Encontro muito essa frase por aí, tanto escrita como falada, mas acho que seria mais correto dizer que a pessoa “deu-se O trabalho”, isto é, atribuiu o trabalho a si mesma, portanto sem preposição. O que você acha?” (Fernando F. Carneiro) […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 06h54 - Publicado em 7 fev 2013, 11h56

“Prezado Sérgio, está certo dizer que alguém ‘deu-se AO trabalho’ de fazer alguma coisa? Encontro muito essa frase por aí, tanto escrita como falada, mas acho que seria mais correto dizer que a pessoa “deu-se O trabalho”, isto é, atribuiu o trabalho a si mesma, portanto sem preposição. O que você acha?” (Fernando F. Carneiro)

As duas construções que motivaram a consulta de Fernando são consideradas gramaticalmente corretas. Isso significa dizer que estamos diante de um caso raro, mas sempre bem-vindo, de “tanto faz”.

Mesmo assim é preciso registrar que a primeira forma, “dar-se ao trabalho”, é considerada preferível por muitos estudiosos, por ser clássica. A segunda, “dar-se o trabalho”, teria “cunho francês” e seria apenas “aceitável”, nas palavras do gramático Domingos Paschoal Cegalla.

De fato, a construção com preposição encontra muito mais abonações entre os bons autores. “Nunca me dei ao trabalho de sabê-lo”, frase do cronista Paulo Mendes Campos, é um dos exemplos citados por Cegalla.

Note-se que, embora terminem por dar exatamente o mesmo recado, “dar-se ao trabalho” e “dar-se o trabalho” o fazem por caminhos sintáticos diferentes. Quem se dá ao trabalho de fazer algo se entrega a ele, se joga nele – o pronome é objeto direto e o substantivo trabalho, objeto indireto. Já quem se dá o trabalho atribui uma tarefa a si mesmo, como interpreta corretamente Fernando – neste caso o pronome é que é o objeto indireto, cabendo ao substantivo o papel de objeto direto.

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Tudo o que foi dito acima se aplica também a expressões como “dar-se ao/o luxo”, “dar-se ao/o incômodo” e “dar-se ao/o respeito”.

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Envie sua dúvida sobre palavra, expressão, dito popular, gramática etc. Toda quinta-feira o colunista responde ao leitor na seção Consultório. E-mail: sobrepalavras@todoprosa.com.br

 

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