Meta fiscal: uma meia vitória do governo
Agora há pouco, nossos deputados federais (314 votos a favor, 99 contra, 100 ausentes) e senadores aprovaram uma nova meta fiscal do governo para este ano. Isso significa, em poucas palavras, que o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias foi ajustado para aceitar um déficit do governo federal maior do que o esperado. O resultado […]
Agora há pouco, nossos deputados federais (314 votos a favor, 99 contra, 100 ausentes) e senadores aprovaram uma nova meta fiscal do governo para este ano. Isso significa, em poucas palavras, que o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias foi ajustado para aceitar um déficit do governo federal maior do que o esperado.
O resultado tem duas implicações imediatas. A primeira é permitir que a burocracia brasileira consiga chegar até o fim do ano. Embora os funcionários públicos estejam extremamente desestimulados – professores de universidades federais, por exemplo, têm que convidar colegas para avaliaram trabalhos de mestrado e doutorado pelo Skype, pois não há dinheiro para passagens –, não terão que tomar decisões mais difíceis, de corte de verbas, do que já têm tomado.
Mas notem que é a “burocracia” que pode chegar ao fim do ano, não necessariamente o governo. A aprovação da nova meta fiscal é, claro, uma vitória do governo, pois a presidente não poderá ser implicada por crime de responsabilidade de ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal neste ano – mas isso não significa que o crime de 2014 será esquecido.
A vitória é menor ainda se considerarmos que diversos líderes partidários que votaram a favor do governo discursaram, à tarde, contra sua política econômica, afirmando que a posição favorável à aprovação se deu por “responsabilidade com o povo brasileiro”, para que “estados e municípios possam continuar fazendo cirurgia”.
A bagunça orçamentária continua gigantesca, mas há um respiro de alívio imediato. A bagunça política está longe, muito longe, de ter um desfecho.
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