Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Política com Ciência Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Sérgio Praça
A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Judiciário ganha muito com desistência de Joaquim Barbosa

O combate à corrupção tenderia a ser visto como estratégia carreirista caso Barbosa fosse candidato

Por Sérgio Praça Atualizado em 30 jul 2020, 20h28 - Publicado em 8 Maio 2018, 11h40

Através de seu perfil no Twitter, o ex-juiz Joaquim Barbosa acaba de anunciar que não será candidato à Presidência pelo PSB. Sem Lula nas pesquisas, Barbosa teria cerca de 10% das intenções de voto. Menos do que Marina Silva e Jair Bolsonaro, mas impressionante para quem só agora se filiou a um partido político. De acordo com as pesquisas, Barbosa tinha enorme potencial para crescer. Reunia qualidades como intransigência no combate à corrupção, honestidade pessoal e a falta de carreira política.

Quem ganha mesmo com a desistência de Barbosa é o Judiciário, esse estranho conjunto de instituições cuja reputação é construída coletivamente, mas de modo desproporcional por alguns membros (os onze do Supremo Tribunal Federal, Sergio Moro, Marcelo Bretas, João Carlos da Rocha Mattos… ). Barbosa foi ministro do STF de 2003 a 2014, indicado ao cargo pelo ex-presidente Lula (PT) por sugestão de Frei Betto (PT). Relator do processo do mensalão petista a partir de 2006, liderou a condenação de 24 réus. Foi a primeira vez que o STF agiu no sentido de punir políticos corruptos. Barbosa foi, quase sozinho, uma Lava Jato.

Com sua candidatura à Presidência, corria o risco de manchar esse legado. Afinal, uma das principais críticas ao Judiciário e órgãos de combate à corrupção é que eles têm agido de maneira demasiadamente política e pouco técnica. (Discordo disso em meu livro Guerra à Corrupção: Lições da Lava Jato, publicado no fim de 2017.) Ao mesmo tempo em que poderia oxigenar a vida partidária brasileira, Barbosa afetaria negativamente a reputação do Judiciário no Brasil. O combate à corrupção tenderia a ser visto como estratégia carreirista. A longo prazo, é bom que ele tenha desistido.


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.