PSL já atravessa a rua quando vê Bolsonaro passando
Tem mais gente pulando fora do barco que no naufrágio do 'Titanic'
Acabou a lua de mel entre o presidente e seu partido. Agora o PSL toda noite tem dor de cabeça e dorme de calça jeans. A direção do partido decidiu não apoiar oficialmente as manifestações mas liberou os parlamentares que quiserem ir. Ou seja: o casamento virou relacionamento aberto. O começo da crise foi ciúme dos “olavistas”, mas depois os números baixos nas pesquisas de popularidade e os recuos confusos de decretos e medidas acabaram com o desejo do PSL. Foi recomendada terapia em grupo, mas o presidente não acredita na área de humanas.
Tem mais gente pulando fora do barco do que no naufrágio do Titanic. Apoiadores de primeira hora como a quase vice Janaina Paschoal e Kim Kataguiri, do MBL, foram os primeiros a entrar em um dos botes salva-vidas — mulheres e crianças primeiro, afinal. Ninguém quer arriscar ficar no mar boiando em cima da porta e soprando o apito. Até porque o presidente já deu alerta de tsunami.
Publicado em VEJA de 29 de maio de 2019, edição nº 2636