Justiça pode considerar como primeira instância o Tribunal da Internet
"Isso barateia a Justiça", disse um jurista
A denúncia de estupro contra o atacante Neymar mal havia chegado às mãos da polícia e martelos já ecoavam por toda a rede: “inocente”, “culpado”, “caiu numa armadilha”, “agrediu por certeza de impunidade”. De tão recorrentes, a Justiça estuda transformar os julgamentos do Tribunal da Internet em primeira instância. “Isso barateia a Justiça, porque não precisa de polícia, provas, acusação, defesa, basta gravar um vídeo expondo o outro e publicar”, disse um jurista.
Agindo como advogado, o pai de Neymar foi a programas de TV apresentar a defesa ao Tribunal da Internet — e acabou convencendo o apresentador Datena, que pediu que a maioridade penal de homens famosos passe para 27 anos. “É difícil segurar a meninada dentro de casa”, disse Datena, depois de exibir reportagem em que uma criança é presa por roubar biscoitos para comer.
Publicado em VEJA de 12 de junho de 2019, edição nº 2638