Exército se recusa a entrar nas casas sem bater
'Somos educados, não entramos em lugar nenhum sem bater. Se não for antes, batemos durante ou depois', defende-se o comando do Exército
A intervenção federal no Rio, decretada depois que as escolas de samba locais falaram mal dos governos, já causa muita polêmica, a começar pela possibilidade de mandados de busca coletivos. Dessa forma, militares poderiam entrar em todas as casas de um bairro ou de uma comunidade inteira com uma só canetada e muitos pés na porta. O comando do Exército, porém, se defendeu em nota: “Somos educados, não entramos em lugar nenhum sem bater. Se não for antes, batemos durante ou depois”.
Ao assumirem a segurança pública do estado e agirem nas comunidades, os militares agora temem ser o alvo dos enredos de escolas de samba no Carnaval que vem. A inteligência do Exército ainda não conseguiu planejar uma forma de lutar contra o tráfico, mas já descobriu que pelo menos cinco delas têm essa intenção. Para compensar, o comando militar pretende criticar o Carnaval no desfile de 7 de setembro, que vem antes. O presidente Temer elogiou a iniciativa e disse que é a primeira vitória de sua intervenção.
Publicado em VEJA de 28 de fevereiro de 2018, edição nº 2571