Grupos organizam financiamento coletivo para realizar Parada Livre
Evento ficou sem patrocínio a poucos dias da sua realização
Evento que combate o preconceito contra o público LGBT e promove a tolerância e liberdade, a Parada Livre de Porto Alegre precisa de doações em um financiamento coletivo para custear a estrutura para as apresentações (vídeo abaixo). Chegando a sua 22ª edição, a atividade ficou sem patrocínio, pela primeira vez, a 20 dias de sua realização marcada para 18 de novembro, no Parque da Redenção. A Parada Livre costuma reunir cerca de 80.000 pessoas na capital gaúcha.
Segundo o diretor da ONG Somos, Gabriel Galli, a produtora que captava os patrocínios para a Parada Livre em troca da montagem dos palcos, trios elétricos e banheiros químicos desistiu do contrato a poucos dias antes do evento.
Mesmo com prazo curto, os grupos que promovem a Parada decidiram garantir o evento, mesmo que com uma estrutura menor. “Pensamos na possibilidade de cancelar, mas após a vitória de (Jair) Bolsonaro, não poderia ser cancelado. A Parada tem papel especial neste momento. A gente vai na rua nem que seja com megafone e faixa”, disse Galli a VEJA.
O resultado da eleição presidencial é mencionado, porque os grupos organizadores entendem que o presidente eleito incita o comportamento homofóbico contra a comunidade LGBT em suas declarações. O Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo.
A organização estima que com 40.000 reais são suficientes para a estrutura necessária para apresentação dos artistas locais e para o público presente. Até o momento, a “vaquinha” (link aqui) já arrecadou 6.887 reais.
Diversos profissionais estão oferecendo serviços, como tatuagens, para reverter a renda ao evento, explica Galli.
Em São Paulo, Parada do Orgulho LGBT reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista em 3 de junho. Lá, a prefeitura colabora com o custeio da estrutura e bloqueio das ruas de acesso ao local.