As manifestações não são (apenas) sobre a política de saúde
O que é mais perigoso: o vírus ou Jair Bolsonaro?
No mesmo dia em que o Brasil chega a meio milhão de mortos, ocorre nova manifestação contra Bolsonaro. É a segunda em três semanas — depois de um ano inteiro em que as ruas pertenceram exclusivamente aos bolsonaristas.
A manifestação de agora tem, no entanto, uma natureza distinta da anterior.
Entre o dia 29 de maio e hoje, o Exército se ajoelhou diante de Jair Bolsonaro. Ficou claro que a sociedade brasileira não pode contar com as Forças Armadas para defender a democracia. Ela depende apenas de si mesma.
A manifestação do dia 29 foi contra Bolsonaro e sua política de saúde que maximiza mortes. A manifestação de hoje é contra isso e muito mais. Todas as manifestações a partir de hoje serão em defesa da democracia e contra o golpe que Bolsonaro, se perder a eleição em 2022, tentará, inevitavelmente, desfechar.
A decisão de ir para as ruas em plena pandemia é delicada e pessoal.
Mas é importante entender que o que está em jogo não é mais a política de saúde apenas.
É a democracia.
E a democracia inclui a política de saúde e muito, muito, mais.