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Missa via satélite e ‘aeróbica do Senhor’: a escalada do padre Marcelo Rossi

Em 1998, ao ascender ao posto de sacerdote mais popular do país, Rossi estampou reportagem de capa de VEJA

Por Da redação
Atualizado em 15 jun 2017, 23h49 - Publicado em 15 jun 2017, 23h39
Capa de VEJA de 4 de novembro de 1998
Capa de VEJA de 4 de novembro de 1998. Clique para ler a reportagem (Reprodução/VEJA)

VEJA desta semana mostra a recuperação do padre Marcelo Rossi, depois de uma temporada severa mergulhado na depressão e na anorexia. O retorno foi catapultado com sua entrada nas redes sociais. No próximo mês ele começa a gravar um CD e um DVD e um novo livro será lançado em 2018. “Voltei para o ataque”, diz à reportagem. Em 1998, quando ascendeu ao posto de mais popular sacerdote do país, Rossi estampou a capa de VEJA – em pleno ataque.

A reportagem de 4 de novembro daquele ano mostrava como Rossi, principal figura do movimento católico Renovação Carismática, se tornara uma celebridade no rádio e na TV. “Os fatores que levaram à escalada de Marcelo Rossi são tão simples de explicar quanto difíceis de ser reunidos numa só pessoa. Ele é bonito, alto, forte, olhos azuis. Canta bem. É alegre. Fala em nome de uma fé que 83% dos brasileiros designam como sua — a católica. Tem uma habilidade incrível para aplicar a pregação pastoral a temas muito próximos de milhões de brasileiros que ligam a TV todos os dias”, observava a reportagem.

Rossi tinha então apenas 31 anos e havia sido ordenado padre havia apenas quatro. “Antes de aderir à batina, tinha uma vida comum”, contava VEJA. “Foi criado em Santana, um bairro tradicional de classe média na Zona Norte de São Paulo, e nunca teve hábitos sofisticados. Seu prato predileto é uma boa pizza. Quando adolescente, gostava de ouvir as músicas de Chico Buarque, Legião Urbana e Oswaldo Montenegro. Ainda hoje seu filme preferido é um de pancadaria pesada — Operação Dragão, estrelado pelo astro do caratê Bruce Lee. Antes de entrar para o seminário teve duas namoradas e algumas aventuras. Fez sexo com algumas garotas”. À reportagem, Rossi resumia: “Eu era um garoto comum. E ponto final”.

Rossi descobriu a inspiração para se tornar padre ao ver um programa – e revê-lo onze vezes – sobre a vida de João Paulo II:

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O fato de ter descoberto a vocação em uma minissérie de TV mostra bem: está-se diante de um padre de tipo novo. Para o padre Marcelo é difícil entender as coisas de que falam os adeptos da Teologia da Libertação. Fidel Castro, o ditador cubano, para ele é apenas um ditador. Nada soa mais bizarro para o jovem padre Marcelo do que a cantilena revolucionária dos padres de passeata, que exaltavam a luta de classes como forma de trazer a justiça divina à terra. O padre que hipnotiza as multidões é um protótipo dos sacerdotes que a Igreja espera formar para o próximo milênio. Quando entrou no seminário, em 1991, o Muro de Berlim já desabara, João Paulo II já imprimira sua marca pessoal no comando da Igreja e os defensores da Teologia da Libertação já haviam sido quase silenciados. Marcelo Rossi pôde ver a encruzilhada em que o catolicismo se metera. Durante três dos quatro anos em que cursou a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, dedicou-se a um trabalho missionário na favela do Buraco Quente, perto do seminário. Aos poucos, foi percebendo que a intervenção social da Igreja na manutenção de uma grande creche era exemplar, mas os católicos que moravam no bairro careciam de amparo espiritual. Como não tinham, iam até a igreja evangélica mais próxima. “Eu comecei a fazer celebrações da palavra dentro da creche e os fiéis adoraram. Desde então não tive dúvidas de que deve haver um equilíbrio entre o trabalho social e o espiritual. A Igreja estava voltada demais para os problemas sociais.” Mas, como Marcelo Rossi é do tipo que prefere fazer a criticar, nos quatro anos que se passaram desde sua ordenação dedicou-se a corrigir o que julgava errado. Ele não se cansa de repetir que quer trazer os católicos de volta à Igreja. Criou até uma campanha inusitada. Os fiéis devem colar adesivos em seus carros com a inscrição “Eu sou feliz por ser católico!” Sempre que avistarem um outro automóvel com o distintivo, devem dar um pequeno toque na buzina e rezar uma oração em benefício do companheiro de trânsito.

Sempre atenta a estrelas ascendentes, a TV não custou a descobrir o potencial de Rossi para turbinar o ibope. O Domingão do Faustão saiu na frente: transmitiu o final de uma missa assistida por 40.000 pessoas. “Nunca se viu coisa igual. A missa, em São Paulo, era regida, via satélite, por Faustão, que estava nos estúdios da Globo no Rio de Janeiro. Fausto Silva mandava parar a missa, entrevistava o padre e, depois, como num show, ordenava um novo número musical”, dizia a reportagem.

Do ponto de vista formal, a missa de Marcelo Rossi, que, ontem como hoje, atrai multidões, é impecável. “A liturgia segue à risca as determinações do Concílio Vaticano II. Ritos iniciais, liturgia da palavra, liturgia eucarística, comunhão e ritos finais. Está tudo lá, pronto para passar pelo crivo do católico mais ferrenho. Mas quando o padre Rossi irrompe no palco, quer dizer, no altar, sob aplausos e assobios da platéia, não é difícil perceber que se está diante de um evento diferente. Cada celebração é um megaespetáculo”, relatava VEJA. “Acompanhado pelos músicos da banda Ministério de Libertação, o padre engata uma música atrás da outra. Vai para a frente do altar, rodeado por seis coroinhas, e começa o que chama de ‘aeróbica do Senhor’. São coreografias que lembram o filme Mudança de Hábito, em que um grupo de freiras agita multidões com gingados moderninhos. O padre balança os braços, levanta as pernas, dá voltas e pulinhos. Os fiéis saem da missa como espectadores de um concerto de rock.”

Clique aqui para ler a reportagem na íntegra no Acervo Digital de VEJA:

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