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Vale a pena ler de novo o que saiu nas páginas de VEJA em quase cinco décadas de história
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Do ABC à Lava Jato: a trajetória de Lula em sete capas de VEJA

A primeira foi em 1979, em queda de braço com o governo do general João Figueiredo

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h35 - Publicado em 26 jan 2018, 01h09

Quase quarenta anos separam a edição desta semana de VEJA da primeira reportagem de capa sobre Lula, no final da década de 1970. O blog separou sete momentos emblemáticos da trajetória do líder sindical que ganhou a cena política brasileira, conquistou à Presidência, conheceu recordes de popularidade e o prestígio internacional, elegeu sua sucessora e, após a derrota histórica sofrida no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pode em breve acabar na prisão. Confira abaixo:

VEJA de 28 de março de 1979
VEJA de 28 de março de 1979. Clique para ler a reportagem na íntegra (Arquivo/VEJA)

O líder sindical

Em março de 1979, recém-empossado presidente, o general João Figueiredo chegava ao Planalto “decidido a acabar com a greve no ABC”, liderada por “Luís Inácio da Silva, o Lula”, o “mais forte dirigente sindical do Brasil e, cada vez mais, uma figura de relevo nacional”, registrava VEJA de 28 de março de 1979. Segundo um governador com trânsito no governo, ouvido pela reportagem, “Figueiredo não pretende aparecer aos olhos do país como um governante fraco.” E assim, na falta de acordo para encerrar a greve, os três sindicatos de trabalhadores metalúrgicos do ABC foram cercados pela polícia e caíram sob intervenção federal. Lula recebeu VEJA em São Bernardo do Campo para comentar a queda de braço com empresários e a intervenção do governo. “Acho que vão me mandar embora da (Aço) Villares”, dizia o torneiro-mecânico. “Se for preciso, eu trabalho de faxineira. Nós não temos medo do futuro”, acrescentava sua mulher, Marisa. Lula, 33 anos, fazia o seguinte balanço: “A greve foi uma demonstração de maturidade”, dizia. “Tenho certeza de que todos lembrarão, por muitos anos, as assembleias realizadas durante a greve.” Foi a primeira vez que Lula estampou a capa de VEJA. (Leia a reportagem no Acervo Digital)

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VEJA de 6 de setembro de 1989
VEJA de 6 de setembro de 1989. Clique para ler a reportagem no Acervo Digital (Arquivo/VEJA)

O candidato operário

Dez anos depois, à frente do PT, Lula disputava a primeira eleição presidencial desde o fim do regime militar. “Entre todos os 24 concorrentes à sucessão de José Sarney, Lula é o único que possui uma biografia herói de novela das 8 – retirante nordestino, mudou-se para o sul do país com 6 anos de idade, virou operário aos 14, líder metalúrgico com 25 anos, deputado federal quando completara 41 e agora, com 43 anos, disputa a cadeira de presidente da República. Seu partido, o PT, é a única legenda brasileira que funciona de acordo com os manuais de sociologia – o PT tem um programa claro de mudanças sociais, sua vida interna possui padrões de democracia desconhecidos entre as siglas rivais e nenhum de seus integrantes viu-se processado, até agora, por qualquer denúncia de corrupção”, dizia a reportagem de VEJA de setembro de 1989. Um quadro apontava os companheiros do petista, entre eles: Luiz Gushiken, então deputado e homem de confiança de Lula; Aloízio Mercadante, a ‘cabeça econômica’ do candidato; e Paulo Okamotto, encarregado do cofre de campanha. O advogado Roberto Teixeira já então era um ‘velho amigo’ do petista, a quem emprestara casa. Lula perderia a eleição, no segundo turno, para Fernando Collor. (Leia a reportagem no Acervo Digital)

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VEJA de 2 de março de 1994
VEJA de 2 de março de 1994. Leia a reportagem no Acervo Digital (Arquivo/VEJA)

De volta à estrada

Em março de 1994, em nova campanha presidencial, o petista voltava à capa de VEJA em reportagem intitulada ‘Luiz Inácio Sinatra Lula da Silva’. “Lula-94 está sozinho na estrada. Faltam sete meses para a eleição presidencial e ele está na frente, com 30% das preferências, diante dos adversários amedrontados e ainda incapazes de produzir candidato com 20% de peso. Segundo o Mapa da Elites, a taxa de medo a Lula subiu de 54% em setembro para 80% no início de fevereiro. Na semana passada, enquanto sua caravana atravessava 28 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o PT parecia rachado ao meio”, relatava VEJA. “Algo como uma eventual rebelião da equipe técnica que acompanha Frank Sinatra, inconformada com a escolha de um novo repertório”. Lula tentava moderar algumas das teses que defendeu na campanha de 1989, quando fora derrotado por Collor. Em outubro de 1994, e de novo em 1998, seria vencido pelo tucano Fernando Henrique Cardoso. (Leia a reportagem no Acervo Digital)

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Lula eleito, em 2002
Lula eleito, em 2002. Leia reportagem no Acervo DigitalLeia reportagem no Acervo DigitalLeia reportagem no Acervo Digital (Arquivo/VEJA)

Lula presidente

Em 2002, em versão ‘Lulinha paz e amor’, o petista derrota o tucano José Serra e é enfim eleito presidente do país, após vinte anos na oposição. “O país realizou um feito de que todo cidadão brasileiro deve orgulhar-se. A quarta democracia do planeta, com 115 milhões de eleitores, pôs em marcha pela primeira vez uma eleição geral em que a totalidade dos votos foi apurada em urnas eletrônicas. O processo foi saudado universalmente como exemplar não apenas pela tecnologia empregada mas também pela civilidade que o caracterizou“, VEJA saudou, na Carta ao Leitor. “Há apenas um ano soava como quimera a ideia da chegada à Presidência da República de um postulante de esquerda, de origem popular, sem que o país mergulhasse numa crise econômica ou talvez até mesmo institucional. Com a eleição de Luís Inácio Lula da Silva no domingo passado, mais esse rito de passagem foi cumprido pela democracia brasileira. O otimismo com o futuro imediato do Brasil se deve em grande parte à aceitação pelo vencedor da idéia de que políticas fiscais sadias não são bandeiras de um ou de outro partido, mas conquistas de toda a sociedade.” (Leia reportagem no Acervo Digital)

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VEJA de agosto de 2003
VEJA de agosto de 2003. Leia a reportagem no Acervo Digital (Arquivo/VEJA)

Jogando a história

A primeira batalha de Lula no Congresso, em 2003: a Reforma da Previdência. O presidente jogara todo seu cacife político para aprovar medidas impopulares, com foco no funcionalismo público. Vencida a disputa, Lula concedia a VEJA a primeira entrevista exclusiva. “Passei a vida inteira desejando ser o presidente da República. Se tem uma coisa que eu faço com prazer é o exercício do meu mandato. Tenho de dedicar a minha vida a isso. Eu sei que estou jogando a minha história neste mandato”, dizia. (Leia a reportagem)

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VEJA de 8 de novembro de 2006
VEJA de 8 de novembro de 2006. Leia a reportagem no Acervo Digital (Arquivo/VEJA)

Lula reeleito

Em 2005, o escândalo do mensalão atingiu em cheio a cúpula petista e tirou de cena o homem-forte do governo, José Dirceu. Lula, contudo, se descolou das denúncias e conseguiu se reeleger no ano seguinte, em segundo turno contra o tucano Geraldo Alckmin. “Pelo mesmo princípio de que não se podem usar mecanismos democráticos para destruir a democracia, a consagração nas urnas não dá a Lula mandato para revogar o Código Penal ou as leis eleitorais que pesam sobre ele e seus partidários por desvios cometidos nos primeiros quatro anos de governo”, dizia a Carta ao Leitor de 8 de novembro de 2006. “A promessa mais vital feita pelo presidente reeleito diz respeito justamente à vigilância dos cofres públicos, que, no primeiro mandato, serviram em parte de repasto aos ‘companheiros’. Principalmente, Lula garantiu que o que ele chama de ‘erros’ não se repetirá. VEJA torce para que seja assim, sem relaxar, porém, sua vigilância.” (Leia a reportagem no Acervo Digital)

VEJA de 16 de março de 2016
VEJA de 16 de março de 2016. Leia reportagem no Acervo Digital (Arquivo/VEJA)

A jararaca

Dez anos depois, acuado pelas investigações da Lava Jato e com Dilma Rousseff, sua sucessora, ameaçada de impeachment, Lula busca apoio da base aliada, se diz vítima de perseguição e conclama os parlamentares a lutar contra o que chamou de ”arbitrariedades” da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. “‘A jararaca está viva’, disse o ex-presidente há duas semanas, logo depois de depor, na barulhenta condução coercitiva de que foi alvo. Na semana passada, a jararaca provou-se realmente viva, mas em luta desesperada pela sobrevivência”, observava VEJA. “São muitos os pecados atribuídos ao ex-presidente. Em diferentes frentes, ele é acusado ou suspeito de corrupção, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Ou, substituindo o Código Penal pelo bom português, é investigado sob a suspeita de se beneficiar do dinheiro sujo do petrolão, o maior esquema de corrupção já investigado na história do país. Diante de tantos e tão variados indícios de crimes, Lula desembarcou em Brasília para pedir apoio a próceres da República. Seu plano é criar uma rede de proteção capaz de contestar, constranger e intimidar os investigadores.” Fracassou, como se viu em derrota histórica na semana passada, com a confirmação em segunda instância da sentença condenatória que pode levá-lo em breve à prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. (Leia reportagem no Acervo Digital)

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