No último dia 27 de abril, o jornal
Hora do Povo, panfleto de propaganda de um grupelho intitulado Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), usou sua primeira página para incitar a morte de um jornalista. (…) O MR-8 e a ALN foram duas das organizações esquerdistas que, sob a bandeira da luta contra o regime militar, promoveram seqüestros, roubos a banco e atos de intimidação. Com a volta da democracia, o MR-8 abandonou as armas mas continuou um terror, desta feita no terreno da fisiologia. Seus integrantes passaram a vender seus serviços sujos de atemorização a quem pagasse mais. (…) O serviço dos garotos de programa do MR-8 inclui todo tipo de arruaça. (…) Em março, o
Hora do Povo reclamava que já fazia sete meses que o panfleto não recebia anúncio estatal. Não foi preciso chorar muito. Em 2 de maio, a Receita Federal deu-lhe de presente uma propaganda de meia página. A Secom, que cuida das verbas publicitárias, diz que a tiragem superior a 50 000 exemplares do
Hora do Povo justifica o anúncio. Curioso critério. Uma publicação de igual circulação que pregasse a violência da mesma forma que o panfleto do MR-8 o faz mereceria um anúncio se fosse, digamos, propagandista do nazismo? (…) O colunista de VEJA já entrou com uma representação criminal pedindo a apuração do episódio. Ameaças de morte não são brincadeira. Devem ser sempre levadas a sério.
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