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Um país governado por terroristas

O mundo reage com perplexidade – e quase silêncio – à informação de que as forças de segurança dos EUA desbarataram um plano do governo iraniano de assassinar o embaixador saudita em Washington, Abdel al-Jubeir. Havia ainda a intenção de explodir a representação diplomática de Israel nos EUA e na Argentina. Mansor Arbabsiar, de 56 […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h30 - Publicado em 12 out 2011, 19h52

O mundo reage com perplexidade – e quase silêncio – à informação de que as forças de segurança dos EUA desbarataram um plano do governo iraniano de assassinar o embaixador saudita em Washington, Abdel al-Jubeir. Havia ainda a intenção de explodir a representação diplomática de Israel nos EUA e na Argentina. Mansor Arbabsiar, de 56 anos, naturalizado americano, teria tentado contratar integrantes de um cartel mexicano para matar o diplomata árabe sem saber que negociava com um agente infiltrado da polícia antidroga dos EUA. Arbabsiar foi preso dia 29 no aeroporto de Nova York, após ser entregue pelo México. Gholam Shakuri, que teria servido de elo entre ele e a Brigada Al-Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária de Teerã, está foragido. E agora?

Pois é. Fontes da área de segurança dos EUA informam que há a suspeita de que o próprio Mahmoud Ahmadinejad, o tirano do “zóio junto“, não soubesse do plano. Já o aiatolá Khamenei, que controla a brigada de elite, estaria ciente de tudo e teria dado sinal verde para a operação. Aí as coisas assumem um contorno verdadeiramente dramático, perigoso.

Aqui e ali, alguns tratam com certa desconfiança a informação. Não entendo por quê. O Irã dos aiatolás se encarregou de eliminar, de maneira sistemática, seus dissidentes no exterior, violando, obviamente, as leis locais. Bem poucas pessoas escaparam. Os que sobraram vivem sob estrita proteção porque se dá como certo que os agentes da Guarda Revolucionária se espalham mundo afora para eliminar os “inimigos da revolução islâmica”. A única estranheza é que nunca tiveram como alvo um embaixador estrangeiro. E daí? Se o plano tivesse dado certo, dificilmente se chegaria à autoria. Sempre poderia restar a suspeita de que fosse coisa de alguma célula da Al Qaeda, que também tem o governo saudita como inimigo.

O Irã financia os terroristas do Hazbollah no Líbano, os do Hamas na Faixa de Gaza e o extremismo xiita no Iraque. Suas pegadas no atentado terrorista contra a Amia, entidade beneficente judaica instalada na Argentina, no dia 18 de julho de 1994, são claríssimas. A explosão matou 85 pessoas (boa parte crianças) e deixou 200 feridos. Um dos mentores do ataque é Ahmad Vahidi, que é, hoje, nada menos do que ministro da Defesa do governo Ahmadinejad. O que esperar dessa gente?

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O governo do Irã, como sempre, reagiu com indignação e acusou um grande complô contra o país, liderado pelos EUA. Nada que não esteja no script. É o que esses valentes fazem sempre. Estamos falando de uma escória que toca um programa nuclear secreto, com a mais do que declarada intenção de destruir um outro país – no caso, Israel, que Ahmadinejad já prometeu “varrer do mapa”. As sanções em curso, como se vê, têm sido insuficientes para que freiem a loucura atômica, para que ponham um fim ao financiamento do terrorismo e para que recolham seus tentáculos homicidas mundo afora. Qual deve ser o próximo passo?

É com essa gente que o governo Lula e o Itamaraty de Celso Amorim quiseram celebrar uma aliança; foi o representante desse governo que o Apedeuta chamou de “querido amigo”. Como tratar o Irã? O que fazer com um país que a tanto se atreve? Notem: a situação dos EUA já é de tal sorte difícil hoje – com uma guerra ainda não concluída no Iraque, outra no Afeganistão e, por que não?, uma terceira na Líbia (para falar das questões externas…) – que uma deterioração das relações com o Irã, que já são péssimas, seria a última coisa desejada pela Casa Branca e por Obama em particular. Mas há o peso tenebroso dos fatos.

Qual é a pauta?
O episódio demonstra como é falsa a tese segundo a qual, resolvido o “problema palestino”, todas dificuldades se diluem no Oriente Médio. Bobagem! O confronto entre Irã e Arábia Saudita tem uma forte marca religiosa, é expressão da disputa pela liderança regional e tem caráter também geopolítico: os sauditas são os principais, e mais fiéis, aliados dos EUA no Oriente Médio. Para o Irã, os palestinos terem ou não um estado não faz grande diferença. O país continuará a ser governado por uma elite terrorista até que essa gente não seja corrida de lá a vara.

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