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Tucanos de alta plumagem chamam Pimentel de “amigo”; PT devolve a gentileza chamando PSDB de “nau sem rumo” e sugerindo que partido é a fonte de todo mal

O PSDB se uniu menos nas críticas a Fernando Pimentel do que a outros ministros do governo Dilma enrolados em histórias sem explicação — não, ao menos, no mundo do decoro. A razão é simples e foi explicitada pelo governador de Minas, o tucano Antonio Anastasia, e por seu antecessor, senador Aécio Neves. O primeiro […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 09h55 - Publicado em 13 dez 2011, 16h32

O PSDB se uniu menos nas críticas a Fernando Pimentel do que a outros ministros do governo Dilma enrolados em histórias sem explicação — não, ao menos, no mundo do decoro. A razão é simples e foi explicitada pelo governador de Minas, o tucano Antonio Anastasia, e por seu antecessor, senador Aécio Neves. O primeiro afirmou que Pimentel “é amigo, além de ser mineiro”. O segundo disse que seu partido tem de dar “crédito” ao ministro. Faz sentido. Em Belo Horizonte, eles se aliaram na disputa pela prefeitura. Seria a “política pós-Lula”. “Pós-Lula” por quê? Ele está aí firme e forte. E espero, de verdade, que se cure plenamente.

O PT demonstra, agora, que consegue ser grato. A Executiva Nacional do partido chegou a um consenso e redigiu uma “resolução” recheada de mistificações e cretinismos sobre a crise internacional, o neoliberalismo, aquela conversa de sempre. A íntegra está aqui.

No que diz respeito ao PSDB, escrevem os petistas o que segue em vermelho. Comento cada parágrafo:
Ao reconhecer que “é mais fácil falar do futuro do Euro do que o do PSDB”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu a profunda crise programática do neoliberalismo brasileiro. Descreveu a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do país. Se o Brasil ainda estivesse sob o jugo dos tucanos estaria arremetido no turbilhão da crise internacional, com milhões de desempregados e se veria face a novas privatizações e ameaças à soberania nacional.
Num documento recheado de boçalidades, esse parágrafo talvez chegue ao ponto máximo. Os tucanos nunca foram nem são neoliberais. O Brasil só não sente os piores efeitos da crise, qualquer pessoa razoável sabe disto, em razão de medidas adotadas durante o governo FHC. Lula, o próprio, sugeriu que os EUA deveriam fazer um “Proer”, referindo-se ao programa de reestruturação de bancos implementado aqui e que foi combatido pelos petistas quando na oposição. O Brasil só entrou com força na economia da informação por causa das privatizações, que eles combateram também. Não houve uma só medida adotada, que hoje colabora com a relativa estabilidade da economia, que não tenha despertado a sua reação mais feroz. A verdade é outra: se Lula tivesse vencido em 1989, 1994 ou 1998, aí sim o Brasil estaria ferrado. Numa entrevista, ele chegou a reconhecer que não estava preparado…

Isto não significa que devamos subestimar a oposição, que conta com forte apoio na mídia e no Congresso, em setores do grande empresariado, dirige governos importantes e, mesmo sendo minoritária na sociedade, possui bases eleitorais significativas. Sua ação, no entanto, hoje se desenrola no plano das denúncias sem coragem de assumir suas concepções econômicas e sociais que são da mesma natureza daquelas geradoras da crise internacional.
Lá vem o tal apoio da “mídia”, uma ladainha mentirosa que só serve para que eles defendam seus criminosos. Os leitores e eleitores de São Paulo sabem como a tal “mídia” se comporta em relação ao PT. Fernando Haddad, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, aparece no Datafolha com, no máximo, 4% das intenções de voto. Já há textos flertando abertamente com a sua vitória no primeiro turno. Pode acontecer? Pode! Tudo pode acontecer. Hoje, não há elementos pra isso. E daí?

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Uma das maneiras de enfrentar a direita é contribuir para aprofundar os esforços que o governo Dilma vem fazendo para aperfeiçoar a democracia. São significativos os avanços com a sanção da Lei do Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade, cujas investigações poderão apoiar a busca por justiça a que têm direito as famílias das vítimas da repressão.
Direita? Que direita? Desde quando o PSDB é um partido “de direita”? Quem dera fosse… O parágrafo é especialmente safado porque pretende, de modo oblíquo, ligar seus principais adversários  à ditadura. O processo de indenizações às vítimas (e, sobretudo, às supostas vítimas) do regime militar se deu no governo tucano. O relator da lei que institui a Comissão da Verdade foi um senador do PSDB.  FHC é que foi cassado pelos militares, não Lula.

Há na oposição quem acredite que pode ser poupado da máquina de moer reputações mobilizada pelo PT. Então tá! Como resta evidente, os “companheiros” não têm nenhum receio de apelar ao crime e a criminosos para fazer valer a sua vontade e a sua versão.

O PT lidera um governo que foi obrigado a demitir seis ministros em razão de lambança com dinheiro público — há mais dois merecendo a distinção… Não obstante, emite uma resolução em que se coloca como a grande âncora moral do processo político. Enquanto isso, uma variante do crime organizado no subjornalismo e na Internet, com o patrocínio de estatais, faz a festa no chiqueiro.

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