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Se Temer nomear mesmo Mariz para a Defesa, será um erro

Se um homem desonrado estará sempre no lugar errado no mundo dos justos, nem todo lugar é certo para um honrado

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h49 - Publicado em 4 Maio 2016, 22h59

A estarem certas as informações de que Antonio Cláudio Mariz de Oliveira será o ministro da Defesa do governo Michel Temer, tenho de dizer aqui tratar-se de um erro, assim como escrevi tratar-se de um acerto quando, nome dado como certo para a Justiça, o vice desistiu de nomeá-lo.

Mariz é um notório crítico da Lava Jato. Até aí, vá lá, eu também tenho algumas críticas. Mas não sou nem serei candidato a nada.

Temer deve ter claro que vai assumir a Presidência da República porque Dilma cometeu, sim, crime de responsabilidade, mas porque também existiram e existem as ruas. Sem elas, nada disso estaria acontecendo.

O PT gosta de acusar a ilegitimidade de sua posse. Sabemos tratar-se de uma falácia técnica e também política. Temer é o presidente legítimo porque a Constituição lhe garante a investidura. E o é porque as ruas deixaram claro que não aceitam mais o governo de Dilma Rousseff. E elas o disseram em consonância com a Operação Lava Jato.

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Se Mariz não serve para ser ministro da Justiça, não vejo por que se deva considerar razoável que seja ministro da Defesa. Nem mesmo se pode alegar que o cargo sirva a algum tipo de composição política. Não serve.

O nome que vinha sendo dado como provável era o do deputado Raúl Jungmann (PPS-PE), um estudioso da área e indicação que conta com o endosso das Forças Armadas, há muito submetidas à opinião de curiosos ou porque o escolhido tem afinidade ideológica com o petismo ou porque o nome atende a demandas partidárias.

É claro que é um erro se Temer nomear Mariz. Fica, ademais, parecendo uma espécie de compensação e desagravo. Se não lhe faltaria expertise, e não faltaria, para ser ministro da Justiça, o que justifica, no entanto, a nomeação para a Defesa? É um estranho no ninho. Parece que o único critério é este: “Ah, tem de ser ministro de alguma coisa”.

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Já escrevi aqui e reitero: os tempos têm o seu espírito, e Temer deve o mandato que terá também a esse espírito. E ele nos diz que soa uma inconveniência a nomeação de Mariz, caso venha a se confirmar. E isso não quer dizer que não seja, também isto já escrevi, uma pessoa decente.

Se um homem desonrado estará sempre no lugar errado no mundo dos justos, nem todo lugar é certo para um honrado. Sei que os dois são amigos há muitos anos. E a amizade, como disse Drummond, salta o vale, o muro, o abismo do infinito. Não será um ministério inconveniente a criar zonas de desconforto.

Espero que reconsidere.

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