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REVERÊNCIA AO MENOS, POR FAVOR!

Parte da imprensa insiste em tratar como “eutanásia” o desligamento dos aparelhos que mantinham Eluana Englaro viva. Já escrevi e escrevo isso deste o caso Terri Schiavo: trata-se de ortotonásia, que é coisa muito diferente. Num caso, a medicina se mobiliza para criar condições artificiais que apressem a morte de alguém; em outro, evitar-se o […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h11 - Publicado em 10 fev 2009, 05h25
Parte da imprensa insiste em tratar como “eutanásia” o desligamento dos aparelhos que mantinham Eluana Englaro viva. Já escrevi e escrevo isso deste o caso Terri Schiavo: trata-se de ortotonásia, que é coisa muito diferente. Num caso, a medicina se mobiliza para criar condições artificiais que apressem a morte de alguém; em outro, evitar-se o uso de artifícios que mantêm um corpo vivo. As diferenças éticas são colossais — já disse o que penso a respeito num post abaixo. João Paulo 2º jamais endossaria o primeiro procedimento — que é, inequivocamente, um assassinato — e deixou recomendações expressas de que sua vida não fosse prolongada com o uso de aparelhos. Não quis, por exemplo, ficar no hospital. A ortotonásia é a morte natural.

É claro que essas decisões não são simples. Afinal, o que é “natural” no caso da medicina? Reitero: o que me incomoda nesses casos é menos “a escolha” dos familiares do que a gritaria que se forma à volta. Lembrando uma imagem a que já recorri hoje, impressiona-me a facilidade com que as pessoas pulam no abismo da intimidade com a morte. E passam quase a ser suas propagandistas. Eis aí um traço da cultura contemporânea que merece uma reflexão.

Entendo que a família de Eluana, depois de 17 anos e sem chance de reversão do quadro, esteja emocionalmente esgarçada. Cada dia era como contemplar, se me permitem, a face viva e terrivelmente inexpressiva da morte. Fala-se aqui de dor, de sofrimento. Só não me peçam para condescender com a ligeireza dos que pretendem que, ausente a consciência, nada distingue o humano de um aspargo. Aí eu não chego. Aí eu jamais chegarei.

Se não conseguem reverenciar a vida, que ao menos tenham reverência pela morte.

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