Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

REIVINDICAÇÃO RIDÍCULA: ARQUIDIOCESE DO RIO QUER INDENIZAÇÃO POR USO DO CRISTO REDENTOR NO FILME “2012”.

Leiam reportagem de Beatriz Thielmann, no Jornal da Globo. Volto em seguida: Com uma cidade inteira sob seus braços o Cristo Redentor é patrimônio nacional e admirado mundo afora. Agora é a razão principal de uma polêmica que envolve religião e ficção. As imagens exibidas no filme ‘2012’, do diretor Roland Emmerich, deixaram indignados os […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h51 - Publicado em 25 fev 2010, 06h05

Leiam reportagem de Beatriz Thielmann, no Jornal da Globo. Volto em seguida:

Com uma cidade inteira sob seus braços o Cristo Redentor é patrimônio nacional e admirado mundo afora. Agora é a razão principal de uma polêmica que envolve religião e ficção.

As imagens exibidas no filme ‘2012’, do diretor Roland Emmerich, deixaram indignados os membros da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Ver a estátua desabar ultrapassou os limites da tolerância da cúria.

Em 2008 uma das equipes de produção do filme veio ao Rio para pedir autorização para usar a imagem do monumento na história, mas, assim que soube da parte do roteiro que inclui a estátua, a Arquidiocese negou o pedido alegando descaracterização do símbolo religioso. Mesmo assim ,os produtores incluíram a imagem. A arquidiocese não gostou e reagiu.

Os representantes da igreja na cidade querem uma retratação da Columbia Pictures, distribuidora do filme. A coordenadora do departamento jurídico da arquidiocese, Claudine Milione Dutra, vai além: está sendo exigida uma indenização, não pelo pagamento de uso da imagem, mas pelo uso indevido.

Continua após a publicidade

Uma notificação extrajudicial já foi expedida. “A arquidiocese entendeu que houve ali sim um dano à fé católica, ao símbolo religioso que é o Cristo Redentor”, afirma Claudine.

Mesmo assim, muita gente não concorda com a decisão. “Você não tem que proibir que uma obra de arte, seja religiosa ou não, que ela não possa ser mostrada, inclusive numa ficção, é uma bobagem isso”. “Eu acho normal, não tem o menor problema, faz parte, inclusive ajuda a divulgar a cidade no exterior”.

Comento
A turma da Arquidiocese do Rio pode até ser tão católica quanto este escriba, mas mais católica, aí acho difícil. E vocês sabem que não sou do tipo dado a modernidades, não é? Comigo não tem essa de padre ficar pulando no altar como se estivesse no palco, fazer a Dança do Passarinho na Missa ou trocar cartinhas públicas com seus amiguinhos de folguedos quase pios. Igreja é uma coisa, ramo do entretenimento é outra. Sou, assim, muito conservador. Até acho que padre tem de ler a Bíblia. E em latim! Ponto paráfrafo.

A reação da Arquidiocese do Rio é uma tolice sem tamanho. Nem se diga que é fundamentalista, como vão querer alguns, porque ela só é burra. Nenhum fundamento da fé foi agredido no filme. O domínio da religião é um; o das artes & espetáculos é outro. Detesto ter de tratar esse filme bocó nessa categoria, mas a tanto me obrigou a Igreja do Rio.

Continua após a publicidade

O Cristo Redentor, sem dúvida, é uma das evidências de nossa formação cristã. Todos sabem que acho a retirada OBRIGATÓRIA de crucifixos de repartições uma forma velada de perseguição religiosa. Defendo, sem receio, a superioridade moral e ética do cristianismo no cotejamento com outras religiões. MAS REPUDIO QUE SE CHAME DESRESPEITO O QUE É  UMA OBRA DE FICÇÃO. Idiota, mas é.

O Cristo Redentor é uma imagem mundialmente conhecida. Se é um filme sobre o fim do mundo, esperavam o quê? Fez-se a filmagem, mas se poderia fazer a coisa com truque de computador. Os autores de ficção, mesmo as mais tolas, não têm de pedir licença nem à Igreja nem ao Estado para criar as suas obras. Acho que a ação, sim, é que traz dano à fé católica.

E não me confundam. Quando alguém, em nome da democracia, vem com tolices como: “A igreja tem de estimular o uso da camisinha, de apoiar o aborto, de aceitar o casamento gay, de ordenar mulheres etc”, respondo: “Não tem coisa nenhuma!”

A Igreja tem os seus princípios. Quem aceita fica; quem não aceita cai fora. Simples. O mundo leigo não tem de ficar dando pitaco nessas coisas. Mas também não cabe à Igreja determinar como os símbolos, religiosos que já fazem parte da cultura e estão incorporados ao patrimônio da humanidade devem ser tratados numa obra de ficção.

Continua após a publicidade

A ação se confunde com obscurantismo e censura. A Arquidiocese tem de ouvir menos seus advogados litigantes e mais os seus teólogos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.