Por que Temer não pode nomear Luiz Carlos Martins Alves para a AGU
Representante da categoria deixa claro que candidato a um posto fundamental na República já se comprometeu com pauta corporativista
O que vocês lerão e ouvirão aqui é coisa grave, sim. E indica por que Michel Temer não pode nomear Luiz Carlos Martins Alves advogado-geral da União. José Eduardo Cardozo já passou o limite do tolerável. Precisamos de um nome que recupere a credibilidade do cargo.
Todos os leitores sabem que defendo o impeachment da presidente Dilma. Aliás, na grande imprensa, é fato, fui o primeiro a fazer essa defesa: em texto, no vídeo e no rádio. E, por óbvio, tenho claro que a Constituição tem de ser cumprida: Michel Temer assume a Presidência. E espero que até 31 de dezembro de 2018.
Sou menos cético sobre o futuro governo do que a larga maioria das pessoas que conheço. Sei das dificuldades, mas acho que o caráter lhano e conciliador de Temer contará a seu favor. Mas não pode, claro!, ser nem lhano nem conservador com os vícios da República, muito especialmente os da roubalheira e do corporativismo.
O sr. Luiz Carlos Martins Alves, procurador da Fazenda Nacional, é dado como nome certo para a Advocacia Geral da União. E, no entanto, a gravação abaixo prova que ele não pode ser nomeado. Ouçam.
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Segundo o representante da categoria, tudo dependeria, claro, da autorização de Temer. Claro que sim! Ocorre que é lamentável que um candidato a chefe da AGU resolva antes se comprometer com os interesses de sua categoria para só depois pensar no país.
É precisamente práticas como essa que o Michel Temer tem de começar a combater. Por isso, milhões foram às ruas. Queremos homens e mulheres de Estado que se comprometam com as demandas dos brasileiros, não de suas corporações.
Ah, sim: alguém gravou essa parte de uma conversa num almoço. Preservo o sigilo da fonte. Era, sim, uma conversa privada, mas que tratava de assunto público, que diz respeito a milhões de brasileiros.
Poderia esperar Temer nomear o doutor e depois publicar. Prefiro evitar o erro a ser crítico dele.
Que Michel Temer escolha alguém que tenha o Brasil como prioridade.
Outro dia alguém me perguntou se eu me tornaria um jornalista governista… Ora, é claro que sim: pretendo colaborar com o governo dando a minha opinião sincera e tentando impedir que faça asneiras.
Aliás, sempre fiz isso com a presidente Dilma. Ela preferiu ouvir os puxa-sacos e os blogs sujos.
Por isso estamos dando “tchau” à querida!