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Pesquisa 1 – O governo corrupto do Bolsa Família roubou até a estabilidade

Leiam trechos do texto de Carlos Marchi que está no Estadão deste domingo. Volto depois: O governo Lula fez três coisas boas – o programa Bolsa-Família, a estabilidade econômica e a ajuda aos pobres; e três coisas ruins – a corrupção, o apagão aéreo e a pouca atenção à saúde. Esta é a percepção do […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 20h24 - Publicado em 16 set 2007, 07h52
Leiam trechos do texto de Carlos Marchi que está no Estadão deste domingo. Volto depois:

O governo Lula fez três coisas boas – o programa Bolsa-Família, a estabilidade econômica e a ajuda aos pobres; e três coisas ruins – a corrupção, o apagão aéreo e a pouca atenção à saúde. Esta é a percepção do eleitorado brasileiro, colhida pela pesquisa Estado/Ipsos. O Bolsa-Família foi apontado por 43% dos eleitores; a estabilidade econômica foi citada por 20% e a ajuda aos pobres foi mencionada por 10%. Só 8% dos eleitores responderam que a maior obra do governo Lula é ‘nada’. Na outra ponta, o eleitorado brasileiro aponta como as piores coisas do governo Lula a corrupção, citada por 23%, o apagão aéreo, mencionado por 11%, e a pouca atenção à saúde, lembrada por 10%.
(…)
Para 67% dos brasileiros, o atual presidente é o maior responsável [pela estabilidade]; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo governo implantou o Plano Real e sustentou os primeiros oito anos estáveis, foi mencionado como responsável pela estabilidade por apenas 7%. (…)

O atual presidente deu mais apoio aos pobres para 80% dos brasileiros; o antecessor ganhou o aval de apenas 9%. Para 73%, Lula favoreceu um melhor poder de compra do brasileiro; só para 16% Fernando Henrique foi melhor nesse quesito. Lula reduziu mais o custo da cesta básica para 73%; o ex-presidente, só para 15%. Lula controlou melhor a inflação para 66%; Fernando Henrique, só para 19%.
(…)
Os mais pobres dizem com mais ênfase que Lula deu apoio aos despossuídos. Na faixa que junta os analfabetos e os que têm até a 4ª série do ensino fundamental, 82% acham que Lula foi melhor que Fernando Henrique na ajuda aos pobres. Entre os que têm curso superior o número não é muito diferente – 79% acham que, no tópico, Lula foi melhor. Os eleitores que têm curso superior atribuíram a estabilidade mais a Lula (55%) do que a Fernando Henrique (15%).(…)
Para os brasileiros, o melhor ministro do governo Lula não é um político, não é do PT nem do PMDB – é o ministro da Cultura, Gilberto Gil, um filiado do PV, que nem da base aliada é. Ele foi citado por 4% dos brasileiros e ficou à frente dos petistas Tarso Genro, das Relações Institucionais, e Guido Mantega, da Fazenda, ambos com 3%.

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Quanta coisa sai dessa pesquisa, não?

A primeira importante: o governo FHC foi um desastre em comunicação, tanto quanto o petismo é um sucesso. Constantemente vemos petistas metidos em assalto aos cofres públicos, mas o maior roubo que praticaram foi este: a estabilidade econômica. Quem pôs fim ao ciclo histórico da inflação brasileira foi o governo FHC. Poderia ser chocante o fato de também os universitários, camada supostamente mais bem-informada, atribuírem ao petista o que não lhe pertence. Mas não choca, não. O petismo mais radical, mais ideológico, está justamente entre os que têm formação superior. De resto, tal condição precisa ser pensada em suas novas características: o Brasil passa por uma fase de “supletivização” do ensino de terceiro grau. Nunca a ignorância foi tão diplomada.

A segunda questão importante guarda relação com um texto que escrevi ontem, comentando os números do IBGE. O Bolsa Família continuará a assombrar o Brasil por muito tempo. E o mais dramático é que não se forma massa crítica para combater essa barbaridade nem nos setores que estariam especialmente aptos a fazê-lo: a imprensa, por exemplo. Continuaremos amarrados por muito tempo a este programa que torna operativa a pobreza brasileira. A pesquisa Ipsos/Estadão evidencia o óbvio: no Nordeste, Lula é mais popular do que no Sul e no Sudeste.

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A terceira questão importante tem a ver com o óbvio: a corrupção se transformou numa das marcas do partido que tem como lema, diz Marxilena Oiapoque, a “ética na política”. A avaliação positiva que se faz do governo Lula, no entanto, indica que esse quesito pesa menos na balança do que a tal inflexão social. Numa esfera puramente moral, temos um “rouba, mas faz caridade”. Governos ladrões ou provocam a repulsa popular ou vão deixando o próprio povo mais sem-vergonha.

A quarta questão importante, acreditem, tem como símbolo Gilberto Gil. Ele é considerado o melhor ministro do governo Lula — e isso prova que inexiste um governo; só existe Lula. O cantor aparece pouco na mídia. Sua atuação é discretíssima. Se consegue, ainda assim, ser o mais lembrado, isso dá conta do que acontece com os demais. O PT é uma máquina gigantesca, infiltrada em todas as esferas do estado e da sociedade — conta até com as práticas clandestinas típicas do velho comunismo (ver posts abaixo) —, mas, eleitoralmente, é extremamente dependente de seu líder carismático: Lula. À sua sombra, até agora, nada cresceu a ponto de vir a ser uma alternativa. E isso tem reflexos eleitorais, conforme se vê abaixo.
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