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Peruanos vão hoje às urnas entre os “fantasmas” de Chávez e Fujimori

Por Fernando Gabeira, no Estadão: “Quando é que o Peru “se estrepou”?” Em tradução livre, é essa uma das frases de abertura do livro A Cidade e os Cachorros, que lançou o romancista Mario Vargas Llosa no cenário internacional. Muitos peruanos se perguntam se as eleições de hoje um dia servirão de resposta a uma […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h45 - Publicado em 5 jun 2011, 07h07

Por Fernando Gabeira, no Estadão:
“Quando é que o Peru “se estrepou”?” Em tradução livre, é essa uma das frases de abertura do livro A Cidade e os Cachorros, que lançou o romancista Mario Vargas Llosa no cenário internacional. Muitos peruanos se perguntam se as eleições de hoje um dia servirão de resposta a uma pergunta desse tipo.

Polarizada entre dois candidatos, a conservadora Keiko Fujimori e o esquerdista Ollanta Humala, as eleições peruanas no segundo turno foram também uma batalha de assombrações. O ex-presidente Alberto Fujimori, pai de Keiko, e o venezuelano Hugo Chávez, antigo aliado de Humala, são apenas duas encarnações desses fantasmas.

O ex-presidente peruano, que está preso e condenado a 25 anos de prisão, representa o autoritarismo, o desrespeito aos direitos humanos que teria, entre outras coisas, esterilizado 300 mil mulheres pobres. Sem contar a corrupção que dominou seu governo. Já Chávez representa o fantasma de uma guinada para a esquerda, a democracia plebiscitária e a censura à imprensa.

Dois grandes intelectuais peruanos, o próprio Vargas Llosa e Hernando de Soto, defensores respectivamente de Humala e Keiko, tentam dissipar os fantasmas em torno de seus candidatos. Para o primeiro intelectual, Humala deslocou-se para o centro do espectro político desde 2006. Isso tornou sua candidatura mais viável para os peruanos que querem mudanças.

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“O nacionalismo de Humala é algo sentimental, mas que não implica o fechamento ao capital estrangeiro nem hostilidade a outros países”, diz Álvaro Vargas Llosa, filho do escritor.

De Soto, por sua vez, afirma que a candidata da direita garantiu que não repetiria nenhum dos erros do pai e seguirá seu próprio caminho: “Nada interessa mais aos pobres do que torná-los proprietários, fazer do Peru um país de proprietários. É a maneira de aceder à riqueza já que o Estado não oferece quase nada”.

Economia em questão. O próximo presidente peruano deve se deparar com um problema urgente de ordem econômica: a manutenção da desigualdade, apesar do crescimento contínuo nos últimos anos. A questão já provoca consequências políticas em regiões como Puno, onde a população, indígena na maioria, rebela-se contra a exploração mineral.

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“Keiko propõe uma grande mesa de negociação. A ideia de tornar proprietário não se resume ao título. Todos são proprietários do Peru. E a questão que está em jogo são os recursos hídricos dos indígenas, um dos temas mais complexos”, afirma De Soto.

Olhando o palanque dos dois, no último dia de campanha, vê-se que Humala reuniu em torno dele os principais movimentos sociais, à semelhança do PT no Brasil. O palanque de Keiko era visivelmente mais técnico. O candidato derrotado Juan Pablo Kuczynski, também um tecnocrata, observou no seu discurso que era o único de terno e gravata ao lado de Keiko. “Vamos unir a cabeça ao coração”, disse.

Com a ligação interoceânica, uma estrada de 2 mil quilômetros entre Acre e Ilo, na Costa do Pacífico, tende a crescer no país a parceria com o Brasil.

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Dois peruanos revelam o estado de divisão do país. David, um ex-policial, comprou um carro e hoje atende a executivos no aeroporto de Lima. “Voto em Keiko porque temo que o progresso seja interrompido.” Juan, que trabalha fazendo bicos, afirmou que votaria em Humala, pois o “país está bem e é uma boa hora para mudanças”. Aqui

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