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Para criar mistificações e mitos oficiosos, já existe a Comissão da Anistia; a da Verdade, agora, pelo visto, vai se dedicar à mentira oficialista

A Comissão da Verdade está assentada numa farsa inicial, que sempre pautou a Comissão de Anistia — daí que alguns poucos milhares de anistiados já tenham tido direito a indenizações e pensões que passam dos R$ 5 bilhões: de um lado da contenda, estariam os heróis; de outro, os bandidos. De um lado, esquerdistas bondosos […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 08h49 - Publicado em 21 Maio 2012, 18h42

A Comissão da Verdade está assentada numa farsa inicial, que sempre pautou a Comissão de Anistia — daí que alguns poucos milhares de anistiados já tenham tido direito a indenizações e pensões que passam dos R$ 5 bilhões: de um lado da contenda, estariam os heróis; de outro, os bandidos. De um lado, esquerdistas bondosos e românticos querendo democracia; de outro, direitistas raivosos e cínicos defendendo a ditadura. Isso, como tenho escrito há anos, é só má literatura.

“Ah, então era o contrário?” Não! Também não era o contrário. Trata-se de uma história sem heróis, sem bonzinhos. Mas algumas farsas não podem e não devem prosperar. A mais influente, repetida exaustivamente por aí, sustenta que a luta armada foi a opção desesperada daqueles que não viam outro modo de enfrentar o regime que decretara o AI-5. O atentado que vitimou Orlando Lovecchio (ver posts abaixo) prova que não. A ação ocorreu em março, e o ato que consolidaria a ditadura só em dezembro. Alguns grupos já haviam decidido que o caminho para instaurar o socialismo no Brasil era a luta armada antes mesmo do golpe de 1964.

O grande aparato repressivo montado no país para enfrentar a esquerda armada matou 424 pessoas — 133 desse grupo são consideradas “desaparecidas”. As esquerdas, em número muito menor dos que as Forças Armadas e as forças policiais, assassinaram pelo menos 120. Sim, eram minoritárias, amadoras, precariamente armadas (na comparação com o estado), mas, como se vê, notavelmente violentas.

Vamos, então, ao que interessa. Ora, para “reparar” os eventuais males que o estado causou aos indivíduos, já existe a Comissão de Anistia. É justo indenizar pessoas (ou seus familiares) que tenham sido comprovadamente prejudicadas pelo regime ou que foram torturadas e mortas? Eu acho que sim! Ocorre que a Comissão de Anistia se transformou num grupo de concessão de privilégios e prebendas com base em critérios puramente ideológicos. E muitos vagabundos e espertalhões já foram injustamente “reparados”… De todo modo, reitero, para cuidar das compensações, já existe essa turma.

Que sentido faz criar uma outra comissão, a “da Verdade”, se não for para contar “a verdade” — ainda que eu repudie, por princípio, grupos estatais que definam a verdade oficial? E isso, está posto, não será feito. Mais uma vez, assistiremos, podem apostar, à construção de uma narrativa que vai se dedicar à hagiografia daqueles santos terroristas, que passarão para a “história oficial” como guerreiros da liberdade. Não! Alguns eram notórios assassinos. E eu vou evidenciar isso de uma forma constrangedora.

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