O primeiro passo dos tucanos em SP é não cometer o primeiro erro, e a pesquisa Datafolha é um convite e tanto para isso
A pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo só diz uma coisa inequívoca: não existe, por enquanto, nenhuma “candidatura forte”. Qualquer coisa pode acontecer. Mas é claro que o levantamento acaba tendo desdobramentos políticos. Quem mais pode ser induzido a erro é o PSDB. Explico por quê. Vamos ver. O levantamento indica que, hoje, […]
A pesquisa Datafolha para a Prefeitura de São Paulo só diz uma coisa inequívoca: não existe, por enquanto, nenhuma “candidatura forte”. Qualquer coisa pode acontecer. Mas é claro que o levantamento acaba tendo desdobramentos políticos. Quem mais pode ser induzido a erro é o PSDB. Explico por quê.
Vamos ver. O levantamento indica que, hoje, apenas 20% consideram a gestão do prefeito Gilberto Kassab “ótima ou boa”. Para 40%, é ruim ou péssima. Os números, de fato, não são nada bons. Tomá-los agora como definidores, no entanto, seria um erro. Não custa lembrar que, a um mês da eleição, em 2008, as pesquisas indicavam a vitória relativamente fácil de Marta Suplicy.
Por razões óbvias, a grande torcida do PT é para que PSDB e PSD saiam divididos. Sem a aliança com os tucanos, com ou sem tempo na TV para o seu partido, Kassab terá um candidato à sua sucessão. E estará presente no horário eleitoral em qualquer hipótese porque tem como compor com partidos que hoje integram a sua base na Prefeitura.
O PT não quer um “racha” com Kassab. Negócio de petistas, como resta evidente em outros embates, é alvejar tucano. Consideram que a Prefeitura é apenas a primeira de duas etapas, que só será concluída se conseguirem tomar a cadeira de Alckmin. No melhor dos mundos para o petismo, Kassab toca a sua campanha sem enfrentar a hostilidade dos petistas, acaba indisposto com o tucanato — a chance de isso acontecer é gigantesca — e, num eventual segundo turno, ficará, quando menos, neutro.
Se os tucanos forem tomados daquela arrogância boba de que Kassab pode “mais atrapalhar do que ajudar”, estarão botando, entendo, a corda no próprio pescoço. A máquina federal vem com tudo. A única chance de enfrentá-la é unir na cidade as forças que tradicionalmente se opuseram ao PT e outras que, embora aliadas ao petismo na esfera federal, estão próximas do governador ou do prefeito na cidade e no estado.
O primeiro passo é não cometer o primeiro erro. E a pesquisa Datafolha é um convite e tanto para isso.