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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Ô Dona Marina, gente também é bicho!

Não, queridos! A racionalidade ainda não venceu. Apenas ganhou uma partida ontem com a aprovação da proposta de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e da emenda do PMDB, que, se mantida, impedirá que um burocrata de Brasília decida o que se pode e o que não se pode plantar na beira de um arroio no […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h53 - Publicado em 25 Maio 2011, 06h57

Não, queridos! A racionalidade ainda não venceu. Apenas ganhou uma partida ontem com a aprovação da proposta de Aldo Rebelo (PC do B-SP) e da emenda do PMDB, que, se mantida, impedirá que um burocrata de Brasília decida o que se pode e o que não se pode plantar na beira de um arroio no interior do Rio Grande do Sul. A batalha será duríssima no Senado. O colégio é muito menor, o quer facilita a pressão do governo e a patrulha das ONGs e dos setores “verdopatas” da imprensa. Vocês sabem o que é um verdopata, não preciso explicar.

Ontem, no Twitter e mesmo em comentários enviados a este blog, alguns diziam: “Gostaria de ver a cara de Marina agora”. Não será de felicidade porque, convenhamos, nunca é. Ela sempre tem aquele ar grave, de quem já viajou no tempo, viu o apocalipse e veio nos contar como é que é — a menos, evidentemente, que a gente se comporte direito e tome as devidas precauções contra as suas antevisões escatológicas. No íntimo, independentemente do resultado, a política Marina tem razões para estar feliz. Já está em campanha para 2014. Com mídia gratuita.

Nunca ninguém perdeu um centavo prevendo o apocalipse. Sempre há tolos que acreditam e que até pagam por isso. A diferença entre Marina e Harold Camping, o pastor que previu o fim do mundo para 1994 e, depois, para o sábado passado, é que ele é tolo o bastante para botar uma data na sua loucura. As escatologias “verdopatas” são bacanas porque prometem que a Terra fatalmente entrará em colapso daqui a 300 anos… Bem, só me resta dizer: “Duvido! Quando chegar a hora, vamos ver quem estava certo…”

Todas as teorias sobre o fim dos tempos falharam — inclusive a dos malucos do aquecimento global. Mas eles insistem em vender as suas escatologias porque o “verdismo” e o “fim-do-mundismo” é a religião dos agnósticos politicamente corretos. Marina e os verdes satanizaram o texto de Aldo Rebelo o quanto puderam e mobilizaram uma horda de ignorantes que nem se deram ao trabalho de ler a proposta.

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As mentiras foram se multiplicando. Tão logo uma era desmoralizada, lá vinha outra. Afirmou-se, por exemplo, o que foi impiedosa e cuidadosamente desmontado neste blog, que a aprovação do código predisporia o país a tragédias como a de Petrópolis porque incentivaria a ocupação de áreas de risco nas cidades. O texto nunca tratou, e não trata, da ocupação do solo urbano.

Afirmou-se, e se mantém a falácia, que é a proposta de Aldo a anistiar os desmatadores autuados antes de julho de 2008, quando, na verdade, a suspensão da multa — não a anistia — está em vigência hoje, em razão de um decreto de Lula e Carlos Minc; para tanto, impõem-se certas exigências ao produtor rural; o relator apenas incorporou a seu texto o que já existe. Ignora-se que o novo códifo, agora sim, cria as condições para o desmatamento ilegal zero — desde que o governo tenha condições de vigiar e punir. Mas isso nada tem a ver com o texto em si. Esse governo não consegue vigiar fronteiras, por exemplo.

A mais nova e estúpida mentira atribuiu ao novo texto — e Marina foi a maior propagandista da falácia — o suposto e a ser comprovado desmatamento recorde do Mato Grosso; ele teria acontecido na expectativa da “anistia” (que não existe). Mas como? A suspensão das multas vale de julho de 2008 para trás. Por que o governo federal não descobre os desmatadores, se desmatamento houve, e os processa? Não! Prefere o caminho do proselitismo.

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O texto de Aldo Rebelo, se aprovado como está no Senado, permitirá que este país siga como aquele que mantém, no mundo, o maior percentual de florestas naturais preservadas. Podemos fazê-lo sem que, para isso, seja necessário diminuir a área plantada, como querem os “verdopatas”. Também vai proteger da sanha dos misantropos milhões de pequenos proprietários, que, por força da legislação, tiveram lavouras centenárias postas na ilegalidade.

Oxalá o Brasil tenha condições de manter, sim, os 60% de floresta nativas que cobrem o seu território e 70% dos biomas preservados. Em 30% dos território, o país realiza o prodígio de ter a agricultura e a pecuária mais competitivas do mundo, as cidades e as obras todas de infra-estrutura.

Estamos fazendo a nossa parte. Agora o Greenpeace e a WWF devem levar esta mesma luta aguerrida à Alemanha, à França, à Inglaterra, aos EUA e à China para que esses países recuperem 60% de sua cobertura vegetal original. 60% é muito? Que tal 30%? Essa gente é ridícula! Mas não é ridícula sozinha. Conta com os “descolados” nativos que colhem arroz no Carrefour, feijão no Wal-Mart e carne no Pão de Açúcar…

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Para encerrar: “Ô Dona Marina, seja bondosa! Gente também é bicho!”

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