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Mercadante e os aloprados 4 – Polícia Federal tem de reabrir inquérito

Leia Editorial do Estadão: A Polícia Federal (PF) não pode se negar a reabrir o inquérito dos aloprados, agora que chegou à imprensa o desprevenido “desabafo” de um dos acusados de envolvimento com o escândalo. Segundo a revista Veja, o bancário Expedito Veloso, atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, sem saber que […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 11h34 - Publicado em 21 jun 2011, 07h39

Leia Editorial do Estadão:

A Polícia Federal (PF) não pode se negar a reabrir o inquérito dos aloprados, agora que chegou à imprensa o desprevenido “desabafo” de um dos acusados de envolvimento com o escândalo. Segundo a revista Veja, o bancário Expedito Veloso, atual secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, sem saber que as suas palavras estavam sendo gravadas, disse a interlocutores petistas que o ex-senador e hoje ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, não só teve conhecimento, como participou do esquema da compra de documentos destinados a compor um dossiê que incriminaria o tucano José Serra, seu adversário na disputa pelo governo paulista em 2006.

O escândalo dos aloprados tem esse nome porque foi assim que o então presidente Lula se referiu aos petistas presos em um hotel de São Paulo, às vésperas do primeiro turno das eleições, com R$ 1,75 milhão que serviria para pagar as supostas evidências das ligações de Serra com o negociante Luiz Antonio Vedoin, denunciado em outro escândalo que atingiu membros do Congresso Nacional, o da máfia das ambulâncias. Lula não condenou o jogo sujo dos companheiros. Apenas criticou a estupidez com que agiram. Mercadante, como se sabe, perdeu o pleito estadual já no primeiro turno. Por sua vez, não fossem as imagens da dinheirama na televisão, o presidente Lula teria se reelegido (contra Geraldo Alckmin) já na mesma rodada inicial.

O que mais viria a chamar a atenção na história foi a aparente incapacidade da Polícia Federal de esclarecer o caso, de forma a sustentar a abertura de um processo consistente contra os autores e mentores da torpeza. Como lembra a Veja, “a PF colheu 51 depoimentos, realizou 28 diligências, ordenou 5 prisões temporárias, quebrou o sigilo bancário e telefônico dos envolvidos, mas não chegou a lugar algum”. Mercadante foi indiciado, por ser objetivamente o beneficiário do esquema. Mas o então procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, não encontrou indícios de participação do candidato no episódio. Ao fim e ao cabo, o Supremo Tribunal Federal mandou arquivar o inquérito.

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Procurado pela revista, Veloso não a desmentiu. Apenas demonstrou surpresa por alguém ter gravado o que chamou de “desabafo dirigido a colegas do partido”. Os seus motivos, assim como as intenções de quem registrou e repassou o teor da conversa, são obscuros. De todo modo, as suas referências a Mercadante são inequívocas. A ideia da montagem de um dossiê anti-Serra, afirmou, contou com “o conhecimento e a autorização” do petista. Além disso, ele ficou “encarregado de arrecadar parte do dinheiro” para financiar a patifaria. Sempre segundo o inadvertido acusador, Mercadante recorreu ao caixa 2 da campanha – e, principalmente, ao então dirigente do PMDB paulista, Orestes Quércia, falecido no ano passado.

“Os dois fizeram essa parceria, inclusive financeira”, declarou Veloso. “Em caso de vitória do PT, ele (Quércia) ficaria com um naco do governo.” O que mais seria preciso para desengavetar a apuração do escândalo? “As investigações sobre os aloprados acabaram sendo arquivadas por falta de provas”, argumenta o líder da bancada tucana na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira. “Se havia falta de provas, agora não há mais.” Já no domingo, a oposição anunciou que ingressará com uma representação no Ministério Público Federal e oficiará à Polícia Federal. Pretende também que Mercadante seja convocado a depor numa das comissões da Câmara. Veloso, por seu turno, será convidado a falar.

Em nota, o ministro se disse vítima de “falsas insinuações”, ao ter o seu nome envolvido “em uma suposta trama que teria a ocorrido há 5 anos”. Não se trata de insinuações. Um petista como ele, exercendo uma função no governo do Distrito Federal, deu a companheiros uma versão do ocorrido que o incrimina diretamente. Ele pode ter dito a verdade ou mentido. Mas não renegou as palavras que se sentiu à vontade para pronunciar. De mais a mais, a aloprada tentativa do dossiê antitucano não foi uma suposição, mas um fato. O que tarda é a elucidação das responsabilidades do ministro na vexaminosa história.

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