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Lula com Ahmadinejad: declaração de brasileiro escarnece dos 6 milhões de mortos do Holocausto. Afinal, ele não é judeu… Eu sou!

Depois de discursar na ONU, no dia de todas as imposturas, Lula se encontrou e se deixou fotografar com Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã. Há uma semana, num dia dedicado a odiar Israel e a pregar a sua destruição, este financiador do terrorismo internacional voltou a afirmar que Holocausto não existiu e não passou […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h48 - Publicado em 24 set 2009, 07h33

Depois de discursar na ONU, no dia de todas as imposturas, Lula se encontrou e se deixou fotografar com Mahmoud Ahmadinejad, o presidente do Irã. Há uma semana, num dia dedicado a odiar Israel e a pregar a sua destruição, este financiador do terrorismo internacional voltou a afirmar que Holocausto não existiu e não passou de um complô judaico. Ontem, estava com Lula. O Megalobarbudo concedeu depois uma entrevista.

Com aquele ar grave próprio dos estadistas, afirmou que o Irã tem todo o direito de usar energia nuclear para fins pacíficos. Ocorre que o Irã dá provas de que o armamento convencional que tem já não está a serviço da paz. Ao contrário: está, por exemplo, a serviço do terrorismo do Hezbollah e do Hamas.  A promessa de destruir Israel não lhe é atribuída pelos seus adversários; ele a assume como o ar orgulhoso de quem está na vanguarda de uma luta que honra a humanidade. Assim, que se registre: o presidente do Irã não é abjeto só pelas barbaridades que diz ou por causa de suas ameaças: ele já se comporta como um delinqüente.

Lula foi indagado sobre a posição “negacionista” de seu “companheiro”. E deu uma resposta cujo pragmatismo está no topo de uma montanha de seis milhões de cadáveres: “Não sou obrigado a não gostar de alguém porque outros não gostam. Isso não prejudica a relação do Estado brasileiro com o Irã porque isso não é um clube de amigos. Isso é uma relação do Estado brasileiro com o Estado iraniano”.

Não? Vejamos.

O Brasil não é o único país a fazer negócios com o Irã. Ninguém exige do governo Lula que rompa relações com os iranianos porque seu presidente bandido diz sandices. Há centenas de respostas possíveis que não ofendem a memória dos mortos e a dignidade dos vivos. Formulo uma: “O Irã sabe que o Brasil lastima essa opinião, mas entendemos que o isolamento daquele país é pior para o mundo”. Pronto! E Lula poderia fazer negócios com Irã — se é que haverá algum relavante.

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A sua resposta, como veio, é indecorosa e me força a perguntar: a relação entre os dois estados é assunto sério demais para levar em consideração seis milhões de mortos? Um governo delirantemente anti-semita, como é o do Irã, não constrange de modo nenhum o Brasil?

Confrontado com a questão do Holocausto, Lula evoca uma questão de gosto. Ora, deve pensar este humanista, “os judeus não gostam de Ahmadinjad. O que é que eu tenho com isso? Não sou judeu!”

De fato, Lula está pouco se lixando. E também é cascata essa história de que o Irã pode nos render bons negócios. A aproximação com o país tem o fito exclusivo de dar curso às chamadas relações Sul-Sul, desenhadas pelo Itamaraty, que vê o Brasil como uma potência média que pode arrostar com os Estados Unidos.

Foi essa bobagem que levou Lula a ser o primeiro governante no mundo a declarar a legitimidade do resultado das fraudadas eleições iranianas. A população saiu às ruas. Há um número desconhecido de mortos. Muita gente foi presa. Para Lula, era tudo gritaria de torcida que perdeu o jogo. Ele reconheceu a legalidade do pleito antes do Conselho da Revolução Islâmica, onde estão os aiatolás.

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O encontro de Lula com Ahmadinejad, a declaração de ontem e a visita futura do filoterrorista ao Brasil  escarnecem de seis milhões de mortos, ofendem os judeus e, portanto, agridem os valores fundamentais do homem.

“Não sou obrigado a não gostar de alguém porque outros não gostam”…

É verdade! Lula não é judeu.
Judeus são os outros.
Eu sou um outro.

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