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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Juiz condena líder da “Igreja da Maconha” a mais de 12 anos de prisão. É o homem que diz que Cristo comia pão de maconha e foi batizado com maconha. Não foi condenado por isso, claro!, mas por produção e tráfico de drogas e por envolver adolescentes em suas atividades criminosas

Você já viu este homem, leitor amigo?   Tem 53 anos, bem pra lá da Idade da Razão. Atende pela alcunha de Geraldinho Rastafari. Se duvidarem, ainda acaba virando um orientador e um guru de certos setores da imprensa… Ele é o fundador, no Brasil, na Igreja da Maconha. Ai, ai… É difícil saber por […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h15 - Publicado em 14 Maio 2013, 09h09

Você já viu este homem, leitor amigo?

 

Tem 53 anos, bem pra lá da Idade da Razão. Atende pela alcunha de Geraldinho Rastafari. Se duvidarem, ainda acaba virando um orientador e um guru de certos setores da imprensa… Ele é o fundador, no Brasil, na Igreja da Maconha.

Ai, ai… É difícil saber por onde começar. Então começo pelo lado virtuoso da história. Se a cidade de Americana, no interior de São Paulo, fosse Berlim, então eu diria: “Ainda há juízes em Berlim” (quem não sabe a origem da expressão pode clicar aqui. Como estamos falando de Americana, então cumpre dizer: “Ainda há juízes em Americana” — e, pois, no Brasil). Dou os efusivos parabéns ao juiz Eugênio Augusto Clementi Júnior, que condenou o tal, cujo nome civil é Geraldo Antônio Batista à pena de 14 anos, dois meses e 20 dias de prisão; 2.132 dias-multa e à perda de um imóvel. O tal Geraldinho, preso desde agosto do ano passado, foi condenado com base nos Incisos II e III do Parágrafo 1º do Artigo 33 da Lei 11.343 (Lei Antidrogas).  Reproduzo, por enquanto, esse trecho da lei (em azul). Há mais.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Ele também incorreu no Artigo 35:
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

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Não bastasse, teve a pena gravada por incorrer no Inciso VI do Artigo 40:
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação.

É isto mesmo: Geraldinho Rastafari foi condenado por produzir maconha numa chácara, traficar a droga e ainda oferecê-la a adolescentes, o que resta comprovado nos autos. Mas como é que ele fez tudo isso e, acreditem, ainda andou encontrando por ai alguns defensores? É que ele se quer o líder da tal igreja, que lhe saiu dos fumos do cérebro. Criou em sua chácara a Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, seja lá o que isso queira dizer. A sua seita, seguindo as pegadas do culto rastafári, diz usar a maconha para fins rituais.

Bem, a íntegra da sentença exemplar do juiz Clementi Júnior está aqui . Ficou mais do que demonstrado, por vídeos e testemunhos, que o consumo não obedecia apenas ao caráter ritual coisa nenhuma — na hipótese, claro, de que houvesse algum. Vocês verão em que consistia, vamos dizer, o momento eucarístico de Geraldinho, a sua transubstanciação…

A religião e a lei
Em sua sentença, o juiz lembra que, ainda que religião fosse o que o tal Geraldinho praticava em sua chácara, a Constituição estabelece que a liberdade de culto há que se dar na forma da lei. Se alguém decidir sacrificar virgens ou, sei lá, praticar pedofilia em nome de algum culto religioso, certamente terminará na cadeia. Como a produção de droga, a distribuição e o tráfico são crimes e como fornecer a substância entorpecente a adolescentes é um agravante, o tal foi apenado em mais de 14 anos. A liberdade de culto e de convicção obedece, obviamente, a determinados parâmetros. Ao ler a sentença, deparamo-nos com momentos verdadeiramente nojentos. No trecho abaixo, o juiz transcreve um diálogo de um vídeo em que este velho asqueroso — dois anos a mais do que eu — está fumando maconha com um garoto de 16 anos. Leiam. Para entender, é preciso atentar para a legenda:

Legenda:
G:. Geraldo
V:. Rapaz de blusa vermelha
B:.Não identificado
A: Adolescente de boné azul

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O diálogo
V:.Ó isso daqui.
G:. Se esse negócio se der certo eu falo… Porque isso dá cadeia, o cara entrar ver nós fazendo isso aqui “tamo” “fudido” “véio”.
V:. Ô loco?
G:.Ô processamento! ô loco, falo pro cês tem que meter cadeado.
V:.Vai lá meter cadeado:
B:.Deixa que eu vou lá.
A:.É “memo”?
V:.No que é bom
A:.Porra mesmo, é bom?
G:.Isso aqui pega todo mundo como coisa pra quadrilha e ainda respondendo porque esse cara tem 16 anos, você vai lá pra FEBEM aquele lugar que arrebentaram tudo ali.
A:.Como que é?
G:.É.”

Sim, ele tem perfeita consciência de que está cometendo crimes em penca.

“Reasoning”
O grande momento do ritual inventando por “Geraldinho” é o “reasoning” — é, leitor, aquela palavra da língua inglesa que quer dizer “raciocínio”. E o que significa isso? Ora, e só aquela conversa frouxa de maconheiros, que vão falando o que lhes dá na telha, rimando alho com bugalho e tomando bugalho por alho e alho por bugalho. O juiz reproduz um “reasoning”, extraído de um dos vídeos que integram o processo. Vejam como é sofisticada a teologia de Geraldinho Rastafari, numa prova evidente, acho eu, de que maconha é neuroniocídio em massa. Eles conversam sobre a tragédia provocada pelas chuvas no Rio. Também é preciso ficar atento à legenda. É um pouco longo, leitor, mas vale a pena ler. E ainda vocês serão agraciados com um vídeo.

Legenda:
G:. Geraldo
Branco:. Rapaz de blusa branca
Azul:. Rapaz de blusa azul
Cinza:. Rapaz de blusa cinza
Preta:. Rapaz de blusa preta (de costas)
Marrom:. Rapaz de blusa marrom

O diálogo
G:. …Rezei pelas vítimas do Rio, depois de tanta pressão saiu a notícia “Vaticano está doando 50 mil dólares para as vítimas” 50 mil dólares, para com isso rapaz! Presta atenção, 50 mil dólares é uma propaganda da Fiat agora no Jornal Nacional ela custa 50 mil dólares 30 segundos, se eu fosse o Edir Macedo eu dava 5 milhão, só pra “pau!” “Upa!” pra essas “bicha velha” do Vaticano prestar atenção.

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Cinza:. 50 milhões dólares, dou 50 milhões de dólares para o Rio. Dô 5 porra!

 G:. Todo mundo que perdeu casa nós vamos construir casa pra esses caras, não vamos nem construir igrejinha só que não vai ter nome de santo o bairro, falou? Quebra a perna dos negos, o pessoal da Universal não se toca, eles têm uma voracidade tão grande de arrecadar que eles não pensam em fazer uma ação de marketing desse e gastar uma mixaria dessa, porque 5 milhões ou 50 milhões de dólares pros cara é mixaria.

Azul:. Os caras ganha muitos milhões de dólares por ano.

G:. Ele não tem onde enfiar dinheiro já pensou uma propaganda?

Azul:. Por isso que a Globo tá lá. O cara tá que tá a meu.

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Azul:. Daqui dez anos vai estar.

G:. A gente podia fazer uma novela na internet e botar essas coisas, criar os personagens, Sucupira?

Branco:. Agora nós “tamos” na ideia da fazer propagandinha de 30 segundos, estilo da tevê.

G:. Ó? Eu errei no corte, o menino dobrou errado, mas vai ficar assim mesmo, ele está cochado mas esta colado aqui?

Branco:. Fazer roteiro e fazer filmagem então nós joga, já pensou se faz sucesso, vão fazer isso véio.

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Branco:. Amanhã?

Preto:. É.

Branco:. Vamos aí, tem que fazer o roteiro.

G:. Amanhã meu? Amanhã vocês tão louco? Eu tenho uma festa sábado, é viagem de maconheiro! (risadas) Agenda, é dia tal nós vamos estar aqui pra fazer o roteiro, a hora que fechar o roteiro nós vamos pensar como vai produzir.

Branco:. Dá tempo de produzir.

Marron:. É muita coisa mano.

Preto:. Vão filmar?

G:. Daí sim vamos fazer o documentário da festa, nossa intenção, vamos mostrar meu que isso é um ato religioso entendeu?

Preto: Da hora.

G:. Da sua mãe, vamos forrar isso aqui de gravação. Vou botar a placa na frente, pô meu, você tem não aquela ‘porra’ do “foto shop” de mexer com desenho? Como que é o nome? Vamos fazer essa placa “caraio”?

D:.Eu falei.

G:. É um distintivo de cada lado, já tem resolvido, escrever no meio, o legal se fizesse de fundo um monte de folhinha de maconha uma em cima da outra assim onde de longe o cara não consegue ver o que é, mas se chegar perto, prestar atenção ele vê os 5 dedos.

Branco:. A lera da cor de maconha?

G:. Não a letra, o fundo, um monte de imagem de plantação de maconha e mas a plantação de maconha e põe, bota o Bob Marley e “pu”, por que esse é o distintivo.

Cinza:. É da igreja?

G:. O lema de São Marcos, então são Marcos foi o cara que fundou a igreja coptic. Foi no ano de 40 depois de Cristo, Cristo morreu em 33 depois de Cristo, não é porque ele não começou contar depois que ele morreu, então é assim, ele morreu em 33, em 40 foi sete anos depois São Marcos fundou no Egito a primeira igreja coptic que era religião que Cristo seguia, Cristo não era Cristão, quando Cristo esteve sobre a terra a igreja Cristã não existia, depois que começa oficialmente em 164 tá, mas é instituída por Roma porque controla o mundo, mas o São Marcos ele fundou essa primeira igreja coptic que é a raiz dessa linhagem rastafári que é da Jamaica, mas é raiz religiosa dessa igreja aqui a qual nós pertencemos que é uma igreja rastafári e uma igreja onde no culto dela fumar faz parte, diga-se de passagem nesse momento nós aqui estamos nesse culto, tudo que nós conversamos aqui faz parte do culto da igreja “Niubingui Etíope Coptic”? Se, véio, se os cara quer uma religião pra nós, nós damos pra ele porque pra usar você não pode, mas pra uso religioso você pode? Não tem quem vai te proibir de fumar maconha, você é proibido de fumar? Ninguém é porque seguinte, o cara pode me prender, pode me levar pra cadeia, mas não vou parar de fumar maconha, se eu for em cana eu vou fumar maconha “caraio”! Aí “porra” então não tem como a Justiça me proibir, você não pode, não tem como, não tem poder sobre isso é tudo enganação.

G:. E quantos irmão nosso se fodendo, quantos que você conhece e você conhece que nós conhecemos que já tomou no “cu” porque foi pego com maconha?

Branco:. Amigo, em casa, com os camaradas, senta na roda, fuma, troca ideia, conversa.

G:. Mas sabe que ia acontecer? O mundo vai parar de assistir televisão, o povo vai parar, se acontecer o povo vai parar de assistir novela você muda a cultura, você liberta o país, os caras não quer isso, tudo isso faz parte do interesse de proibição.

Branco:. Pelo controle, deixar a galera ansiosa. Aí você passa, não conversa com ninguém, acorda 5 horas, o cara acorda.

G:. Faz grana, se não tem grana a “muiê” “crau” no “cê”, você trabalha.

Branco:. Não tem aquele espírito de parar, conversar, trocar ideia, mas isso é a religião, é a religião ancestral, na época de Jesus era por acaso ele chegava, ia embora o sol, sentava, trazia uma árvore dessas, não fumava no papelzinho, trazia uma árvore, “carcava” fogo, respirando, ninguém.

G:. Tendo contato com o criador porque você tem moço, é só focar, eu nunca vi ninguém pegar um baseado pra fazer mal para os outros.

Azul:. Verdade.

G:. Já vi cara que fumou baseado, cheirou cocaína e fumou “crack”, tomou um doce e tomou não sei meio litro de pinga e fez ‘merda’, isso tem, o cara que só fuma maconha nunca vi um “caraio” falar “vamos arrepiar” imagina, ó, nós vamos aqui vai, vai, daqui a pouco eu chego. O “caraio” não vai nem “fudendo”. Ainda bem que a gente tem essa capacidade de discernir isso né meu, porque é lamentável que você vê por aí?

Marrom:. Maconheiro é ‘foda’ hein mano.

G:. Tá louco? Olha o caso lá do Rio, permitir o que aconteceu aquilo no Rio de Janeiro, nós como cidadão ficar indignado, falar: “não é assim”, o cara construiu uma cidade em cima do lixão “porra”?

Cinza:. Tem nego revirando.

G:. 400 casa em cima, com luz, água, pagando IPTU, ninguém tem “curpa” todo mundo tem “curpa”, todo mundo sabe perfeitamente, tem a rua eu só a companhia de força e luz eu vou lá botar, poxa, ô, péra aí, se não tá legal eu quero que se foda, eu quero “rancar” grana daquele cara isso que aquilo é ilegal, o loteamento, mas vai levando, vai levando. Ó de quem é aquela terra? Quem passou pra quem? “Vai no planejo realmente do cartório de quem que era, depois quem comprou, como foi loteado, é fácil, não tem complicação, mas que “arguém’ tem que ser responsabilizado tem, senão vai ficar do mesmo jeito, se a gente não cobrar concordância esse governo por exemplo, esse governador que tá aí ele não tem “curpa” do negócio, faz três anos que ele pegou o negócio nem conheço direito ele tá, mas os caras anterior meu, agora se ele permitiu alguma coisa nesse momento ele tem, mas fora isso eu que eu acho que ele não tem isso nós temos que estudar essa história toda, tem que vir aqui pra São Paulo, aqui no nosso município que é a área de risco “caraio”, era a área de invasão ambiental. Os caras fala assim “caiu não sei o que tem” e as casas estava em área de risco não era área de risco “caraio”, era área de proteção ambiental que é o que está dando essa merda toda.

G:. Nós queimamos dois hein?

(alguém no telefone)

Cinza:. “Vamo” aí? Dá licença, satisfação “memo”. Sábado nós aparece aí falou?

G:. Falou.”.

Retomo
E aí? O que lhes pareceu? Essa é, por assim dizer, a “eucaristia” da Igreja de Geraldinho. Alguém dirá, com o que concordo: “Todo mundo tem direito de ser idiota”. É verdade! Mas não de plantar e distribuir maconha, inclusive para adolescentes, em nome de uma religião.

Bandeira do PT
Antes de a sentença registrar o “reasoning” acima, observa o juiz (em azul):

O vídeo número MAH-09662 mostra claramente como se desenvolve o chamado “reasoning”, que faz parte dos “rituais” da “igreja”. Basta assistir, para se observar que o ambiente não é nem um pouco “litúrgico”. As fotos de fls. 165 e 514 comprovam cabalmente essa afirmação, onde consta do salão onde se realiza o tal “reasoning” uma bandeira de um partido político, por sinal aquele cuja cúpula foi condenada por formação de quadrilha na Ação Penal 470, em curso perante o Supremo Tribunal Federal…

O partido cuja cúpula foi condenada na “Ação Penal 47” (a do mensalão) é, obviamente, o PT — se integra os objetos sagrados da tal “igreja”, não sei. Em todo caso, poderia. Seria justo com o partido. No fim de semana retrasado, o governo Dilma financiou um seminário em Brasília em favor da descriminação de todas as drogas. O deputado Paulo Teixeira (SP), um chefão do PT, quer que o porte de drogas para até 10 dias (!!!) de consumo seja liberado. “Eles poderiam gostar do FHC também…” Sim, nesse particular, poderiam, sim.

Um vídeo
Em janeiro do ano passado, antes ainda de Geraldinho ser metido em cana, ele foi entrevistado por um repórter do UOL. Abstenho-me de comentar as tentativas de graça do vídeo. Cada um é dono da frouxidão do próprio riso. Prestem atenção à sequência que vai de 2min13s a 3min25s.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=PxmiLux0keg%5D

Segundo Geraldinho, a maconha “permeia as Sagradas Escrituras, tanto no Novo como no Velho Testamento”. Cristo, segundo ele, era um emérito maconheiro. Mais: “o milagre do vinho é feito com maconha”. Para esse estudioso da etimologia, “Canaã” quer dizer “Cidade da Maconha”. Entenderam? Para ele, “Canaã” deriva da palavra latina “canabis”!!! Ele vai mais adiante: “O pão que Cristo comia na ceia era pão de maconha”. Ou ainda: “Na Eucaristia desse batismo (?), é usada a maconha”. É mais assertivo ainda: “Cristo foi batizado com maconha” — ele admite que “isso choca um pouco as pessoas”. Mas esse sacerdote não tem medo de ousar: “A maior parte dos milagres que Cristo fez, ele fez usando a maconha”.

Notem bem: este senhor tem o direito de dizer a estupidez que lhe der na telha. O que ele não pode fazer porque a lei não permite? Produzir maconha para distribuir, traficar e envolver adolescentes em suas maluquices. É claro que, se houvesse uma cadeia para os tolos, Geraldinho poderia ser condenado à prisão perpétua. Felizmente, não há. Eu me oponho a que metam os cretinos atrás das grades. Seria antidemocrático. Mas defendo, sim, que traficantes de droga sejam trancafiados.

Comecem a contar os minutos. Vamos ver quanto tempo vai demorar até que surja um movimento em defesa de Geraldinho e da “liberdade de culto” no Brasil. Ateus militantes podem até dizer que entender a teologia do chefe da Igreja da Maconha é mais fácil do que entender a Santíssima Trindade. Admito. Num caso, basta fumar um baseado e se entregar aos fumos do “reasoning”. No outro, é preciso encarar Santo Tomás de Aquino, Santo Agostinho… Cada igreja com a sua complexidade, não é mesmo?

Concluo
Concluo reiterando meus aplausos ao juiz Eugênio Augusto Clementi Júnior por sua sentença exemplar e por não ter tido receio de enfrentar a picaretagem influente em nossos dias. Espero que o tirano Hailé Selassié, o “deus Jah” dos rastafári, assombre o sono de Geraldinho na cadeia para que ele pague uma pena adicional pelo mal que certamente fez a muitos jovens que caíram na sua lábia ensandecida. Nas próximas marchas da maconha, que os intelectuais que aderem à causa não se esqueçam de levar para as ruas a imagem deste mártir.

Texto publicado originalmente às 5h39
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