Janot diz não atuar no caso OAS. É? E no caso Odebrecht, doutor?
Justificativa é tosca e falsa: ou não foi o procurador-geral quem anulou a primeira delação de Léo Pinheiro?
A nota emitida por Rodrigo Janot tentando demonstrar que não há incompatibilidade entre a atuação de sua filha como advogada da OAS e a sua própria como procurador-geral da República é patética. E no caso da Odebrecht (Braskem)?
Saibam a partir de agora: todos os que o MPF acusar são culpados, mesmo quando inocentes. E todos os membros do Ministério Público Federal serão sempre inocentes, mesmo quando culpados.
Leiam a nota de Janot. Volto em seguida.
Acerca de notícias veiculadas na manhã desta terça-feira, 9 de maio, a Procuradoria-Geral da República esclarece que os acordos de leniência celebrados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) com pessoas jurídicas são firmados com o Ministério Público Federal que atua na 1ª instância.
O que está entre as atribuições da Procuradoria-Geral da República é negociar os acordos de colaboração que envolvem pessoas com prerrogativa de foro. Neste caso, os executivos propõem os termos de colaboração a serem prestados, e não a empresa. Mesmo assim, atualmente, os acordos de colaboração são assinados pelo Grupo de Trabalho da Lava Jato na PGR, por delegação do procurador-geral da República.
É importante notar que os executivos da OAS não firmaram acordo de colaboração no âmbito da Operação Lava Jato e a Construtora OAS não assinou acordo de leniência. O procurador-geral da República não assinou nenhuma petição envolvendo a empresa ou seus sócios. Portanto, não há atuação do PGR.
Observa-se ainda que o procurador-geral da República já averbou suspeição em casos anteriores. A Procuradoria-Geral da República observa de maneira inflexível a aplicação do Código de Processo Penal e do Código de Processo Civil no seu âmbito de atuação.
Volto
Entendi. Gilmar Mendes seria suspeito para julgar qualquer coisa relativa a Eike Batista porque sua mulher trabalha num escritório que tem Eike como cliente — e não na área penal. Notando-se sempre que Guiomar não é advogada de Eike.
Já a filha do procurador-geral, esta sim, é advogada da OAS e da Braskem (Odebrecht), que estão no centro do petrolão. Com efeito, a situação não é mesma: no caso de Janot, o impedimento, de fato, existe.
Como é? Ele diz que o procurador-geral até agora não atuou no caso da OAS? Como não? E a delação premiada de Léo Pinheiro que ele houve por bem jogar no lixo sem que ninguém saiba por quê?
Janot tenta tergiversar no caso da OAS, mas o que ele vai dizer sobre o caso da Odebrecht? E nesse caso, ele atuou ou não?
A atuação da mulher de Mendes num escritório de advocacia que tem Eike como cliente tornaria o ministro suspeito, mas o “pápi” Janot não vê nada demais que sua filha advogue para réus da Lava Jato. Parabenize-se a doutora. Andei escarafunchando aqui. Os potentados empresariais do país a consideram uma sumidade.
Acho que a nota define quem é Janot.
Janot quer um terceiro mandato — pelo menos até definir se vai mesmo se candidatar em 2018. Deveria é pedir o boné.