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Iraque – Quanto tempo vai demorar para o mundo se recuperar do desastre que é Obama na política externa?

Lá vou eu apanhar um pouquinho, inclusive de alguns amigos meus, mas não posso fazer nada. Comprar briga é da minha natureza, né? O desastre da política externa americana sob o comando do companheiro Barack Obama é um troço sem precedentes. E duvido que vá encontrar competidores no futuro. Deixem-me ver por onde começar. Começo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h39 - Publicado em 16 jun 2014, 17h56

Lá vou eu apanhar um pouquinho, inclusive de alguns amigos meus, mas não posso fazer nada. Comprar briga é da minha natureza, né? O desastre da política externa americana sob o comando do companheiro Barack Obama é um troço sem precedentes. E duvido que vá encontrar competidores no futuro. Deixem-me ver por onde começar.

Começo pela intervenção americana no Iraque na era Bush. Digamos que ela tenha sido errada e sem motivo, coisa com a qual não concordo, mas não entro nesse mérito agora. Posso até dar isso de barato. Se entrar lá foi um erro, sair e deixar os iraquianos entregues à própria sorte, como fez Obama, é de uma irresponsabilidade escandalosa. “Ah, os americanos estão cansados de guerra”, poderia dizer alguém. É verdade. É por isso que existem líderes políticos. Às vezes, cumpre-lhes discordar do povo, ora bolas! Qualquer estudioso do nível Massinha I sobre a situação iraquiana previa o caos. E o caos se instalou. Agora falo um pouco sobre a Síria e depois uno os dois fios.

Fui muito criticado, inclusive por leitores habituais meus, por jamais ter me empolgado com a dita Primavera Árabe e muito especialmente por ter apontado, desde o primeiro dia, que o comando das ações contra Bashar al Assad, na Síria, era de caráter terrorista. Tenho leitores lá — brasileiros de nascimento ou sírios que já moraram em nosso país. Desde o primeiro dia, alertaram-me que a dita oposição pacífica nunca esteve na cabeça das ações. “Ruim com Assad, um inferno sem ele”, asseguravam, especialmente os cristãos. Mesmo assim, EUA, Grã-Bretanha e outros países ocidentais resolveram dar seu apoio a uma suposta oposição síria que, de fato, nunca existiu — não com poder ao menos de tomar pé da situação. A Síria se transformou num campo de treinamento de jihadistas, especialmente na fronteira com o Iraque.

Em abril do ano passado, os terroristas do “Estado Islâmico do Iraque” anunciaram na Internet a sua parceria com a “Frente Al-Nusra”, que atuava na Síria. Da fusão, nasceu o “Estado Islâmico do Iraque e Levante”. Num áudio de 21 minutos, Abu Bakr Al-Baghdadi, o líder do autointitulado Estado Islâmico do Iraque,  afirmou que financiava, sim, os terroristas da Frente al-Nusra desde os primeiros dias da rebelião síria. O mundo deu de ombros. Obama fez de conta que nada havia acontecido. Segundo Al-Baghdadi, metade do seu orçamento era destinada aos terroristas que atuavam no outro país.

Assim, o diabo encontrou o ambiente propício: um Iraque largado à própria sorte; uma Síria com as Forças Armadas combatendo em várias frentes, à beira do colapso, e um grupo de celerados armados até os dentes, dispostos a se impor pelo terror. Parte da Síria e do Iraque já está nas mãos do tal grupo. Os líderes religiosos xiitas do Iraque conclamaram seus fiéis à resistência armada — e, ora vejam, o Irã se ofereceu para dar apoio. John Kerry, o pateta da hora que faz as vezes de Secretário de Estado dos EUA, já afirmou que a parceria é bem-vinda.

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Então o buraco do inferno sempre pode ser mais embaixo. Uma intervenção iraniana no Iraque — com todo o rancor acumulado que sobrou da guerra entre os dois países — terá o condão de extremar as dissensões entre sunitas e xiitas, acabará aproximando mesmo os sunitas mais moderados dos grupos jihadistas e vai consolidar o Irã — nada menos! — como a força estabilizadora da região. Até porque não duvidem: se precisar, os iranianos mobilizam a sua máquina de guerra contra os terroristas que foram renegados até pela Al Qaeda.

Vejam como estava e como está o Oriente Médio desde a posse de Barack Obama. “Não havia nada que ele pudesse fazer…” Opa! Havia um monte de coisas que ele não deveria ter feito: puxar o tapete de Mubarak, no Egito, depois de duas semanas de protesto (vejam que maravilha de democracia há hoje por lá!); pôr a Otan a serviço dos terroristas na Líbia; deixar o Iraque entregue à própria sorte; ajudar a desestabilizar Assad quando até eu, que estou aqui em Higienópolis, sabia que o carniceiro de Damasco enfrentava gente pior do que ele próprio.

Agora, o presidente americano sempre poderá contar com uma ajudazinha do… Irã! É patético!

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