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Índios, os nossos bons selvagens, loteiam e alugam áreas de reserva para madeireiros

É… Ninguém produz bons selvagens como nós. E ninguém também lhes reserva tanta terra — “Era tudo deles, seu fascista!” Sim, claro!, eu sei… Somos invasores. O nosso lugar é a Europa, a África e até a Ásia. As reservas indígenas ocupam quase 14% do território brasileiro. Há ongueiros que querem elevar para perto de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h59 - Publicado em 26 jan 2013, 04h57

É… Ninguém produz bons selvagens como nós. E ninguém também lhes reserva tanta terra — “Era tudo deles, seu fascista!” Sim, claro!, eu sei… Somos invasores. O nosso lugar é a Europa, a África e até a Ásia. As reservas indígenas ocupam quase 14% do território brasileiro. Há ongueiros que querem elevar para perto de 20%. No mais das vezes, os índios não produzem uma mandioca pra chamar de sua.

Pois bem. Leiam o que informam Aguirre Talento e Felipe Luchete, na Folha. Volto depois.
Índios da Amazônia têm loteado e “alugado” terras para madeireiros desmatarem e retirarem madeira de forma ilegal -e a preços módicos. A Folha identificou casos em ao menos 15 áreas indígenas (no Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Rondônia), com base em investigações da Polícia Federal, Ministério Público e relatos de servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio).  Nas transações, madeireiros pagam R$ 15 pelo m³ da madeira, depois revendida por preços na casa dos R$ 1.000, de acordo com a PF.

Além de pagamento em dinheiro, os índios também aceitam aparelhos eletrônicos, bebidas ou até mesmo prostitutas, conforme relatos de funcionários da Funai. A madeira ganha aspecto de legalidade pelo uso de planos de manejo aprovados legalmente para outras áreas. Chega assim ao mercado. Fora da Amazônia, a prática é menos comum, por haver menos madeira disponível com interesse comercial.

As terras indígenas representam 21,2% da Amazônia Legal. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontam que o desmatamento ainda não chegou a grandes proporções nessas áreas — atingiu até agora 1,29%. Além da madeira, também existem investigações sobre o envolvimento de índios na extração de minério.

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Sem controle
Na terra indígena Anambé, em Moju, no Pará (a 266 km de Belém), relatório da Funai diz que os índios, após alugarem parte do território a madeireiros, acabaram perdendo o controle sobre a área. O posto da fundação que ficava no local foi abandonado após um funcionário ter sido ameaçado por madeireiros.

(…)

Voltei
Escrevi ontem sobre as causas “nobres” que estão em curso, que seriam “boas em si” (segundo certa militância), mas que produzem o contrário do que pretendem. É o caso das reservas indígenas. A cada nova demarcação, dadas a forma como se fazem as coisas e a falta de estrutura de vigilância, um pedaço do país se aparta do estado de direito.

A maioria dos índios é pobre e vive da caridade da Funai. Recebe, inclusive, cesta básica.  Na quase totalidade desses 14% do território brasileiro, inexiste atividade econômica formal e organizada. A reserva indígena é o paraíso dos madeireiros clandestinos e do garimpo ilegal. Os ongueiros que querem “salvar” o Brasil e seus nativos entregam, literalmente, o ouro para os bandidos.

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