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Horror autoritário do horário eleitoral obrigatório começa nesta sexta

Em São Paulo, João Doria terá 31% do tempo destinados aos candidatos a prefeito; Haddad ficará com 25,83%, e Marta, com 19,5%

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h01 - Publicado em 26 ago 2016, 01h15

Começa nesta sexta, 26, aquele troço chamado “horário eleitoral gratuito”, que gratuito nunca foi. A razão é simples: com justeza, emissoras de rádio e televisão deixam de arrecadar impostos para compensar o tempo em que não faturam com propaganda. Só as esquerdas acreditam que existe almoço grátis — desde que outros paguem a conta.

É claro que a obrigatoriedade é um troço autoritário. Nos EUA, por exemplo, os comitês de campanha compram tempo na televisão e no rádio e fazem propaganda propriamente. É uma coisa muito mais honesta.

Por aqui, contratam-se marqueteiros a peso de ouro para fingir que publicidade é programa de governo. E, sim, é inegável que as campanhas de TV já tiveram peso importante em várias eleições.

Neste ano, a influência será um pouco menor porque será mais curta: no tempo que ocupará a cada dia e no período. O horário eleitoral obrigatório será dividido em dois blocos de apenas 10 minutos. No rádio, das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10. Na TV, das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40. Entre 5h e meia-noite, outros 70 minutos serão distribuídos ao longo da programação, em inserções de 30 ou 60 segundos.

E como se distribuem esses tempos? Noventa por cento deles são divididos proporcionalmente, segundo o número de deputados de cada coligação. Os outros 10% têm repartição igualitária. É por isso que, em São Paulo, por exemplo, o tucano João Doria ficará com a maior fatia. Ao PSDB, juntaram-se DEM, PP, PPS e outras sete legendas: PV, PMB, PHS, PSL, PTdoB, PRP e PSB. O tucano terá 3min6s em cada bloco (31%) e 13min6s nas inserções. Nesse caso, os postulantes a prefeito dividem entre si apenas 42 minutos dos 70. Os outros 28 ficam com os que buscam um assento na Câmara dos Vereadores.

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O prefeito Fernando Haddad, que concorre à reeleição pelo PT, coligado ao PR, PDT, PCdoB e PROS, fica com 2min35s de cada bloco de 10 minutos (25,83%) e com 10min54s em inserções.

Na sequência, está a peemedebista Marta Suplicy, aliada a PSD: terá 1min57s a cada bloco de 10 minutos (19,5%), com inserções de 10min54s.

Celso Russomanno (PRB), que lidera a disputa por enquanto, tem 1min12s — ou 12% dos blocos maiores. Contará ainda com 5min4s em inserções.

Candidatos de partidos nanicos, como Luiza Erundina, do PSOL, e Ricardo Young, da Rede, praticamente desaparecem no horário eleitoral: ela terá apenas 10 segundos a cada bloco — 1,7% — e 45 segundos nas inserções. Para Young seria ainda pior se fizesse diferença: 9 segundos num caso e 41 segundos no outro.

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Alguém gritará: “É injusto!”. Calma lá! Injusto, acho eu, é haver propaganda obrigatória, com dinheiro do estado. Se há, então é preciso que se defina um critério. O número de deputados das bancadas indica que o partido ou coligação representa um número maior de pessoas.

Mas como é que Erundina tem 9%, segundo o Ibope, e o PSOL tem apenas seis deputados? É simples: essa meia dúzia indica o tamanho real do partido. Erundina, obviamente, tem um prestígio bem maior do que o de sua legenda. Ela está PSOL. Mas já foi PT e PSB.

Com tempo mais curto, espera-se que as campanhas tenham um pouco menos de marquetagem vigarista e um pouco mais de conteúdo. O efeito nada virtuoso seria o conteúdo sumir de vez e só sobrar a marquetagem vigarista.

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