Gilberto Carvalho, o homem da gravata vermelha, erra até quando acerta. É incurável!
Gilberto Carvalho é um homem tão errado, mas tão errado, que erra até quando está certo! Por que digo isso? Vamos ver. O secretário-geral da Presidência afirmou nesta terça que a greve dos metroviários de São Paulo é “calamitosa”. É mesmo, ministro? Também acho! Ocorre, meu senhor, que a central sindical do seu partido, a […]
Gilberto Carvalho é um homem tão errado, mas tão errado, que erra até quando está certo! Por que digo isso? Vamos ver. O secretário-geral da Presidência afirmou nesta terça que a greve dos metroviários de São Paulo é “calamitosa”. É mesmo, ministro? Também acho! Ocorre, meu senhor, que a central sindical do seu partido, a CUT, decidiu dar apoio integral a essa ação, então, calamitosa, donde se conclui que o petismo é irmão da calamidade, o que eu já sabia, mas não julgava que fosse também esse o seu juízo. Até me desculpo de ser tão aborrecidamente lógico.
Vamos à fala completa do ministro, segundo informa a Folha, o que prova que este Gilberto é mesmo o Carvalho: “O governo espera que a greve não seja retomada e que haja entendimento. É uma greve calamitosa não só para a Copa, mas para cidade de São Paulo e para seus moradores”.
O irmão da calamidade, então, em vez de condenar os “companheiros” metroviários por desrespeitarem a lei; por deixarem milhões de trabalhadores sem transporte; por ignorarem decisão judicial que ordenava o pleno funcionamento do serviço nos horários de pico; por terem mantido a paralisação mesmo depois de ela ter sido considerada ilegal; por abusarem de métodos violentos que constrangeram outros trabalhadores do Metrô e passageiros; por colocarem em risco — e, sim, trata-se disto também — a segurança dos paulistanos; por transformarem num inferno a vida de gente que estuda e trabalha… Em vez disso, o ministro silencia sobre a violência óbvia do movimento grevista e fala em “entendimento”.
Ora, só pode haver entendimento entre partes legítimas que estão negociando. A reivindicação dos metroviários se deslegitimou quando deixou de reconhecer uma decisão da Justiça. Já era de legitimidade duvidosa antes mesmo de sua escancarada ilegalidade, quando estava claro que a categoria recebera do governo de São Paulo benefícios muito acima da inflação — a começar do reajuste salarial.
Entre várias falas possíveis para o senhor secretário-geral da Presidência, só uma era decente, só uma era digna, só uma era razoável: censurar severamente o movimento, as ações violentas, o sofrimento a que foi submetida a população, exaltando a firmeza e a correção do governo de São Paulo e a presteza da Polícia Militar, que foi à rua garantir direitos constitucionais que os grevistas estavam solapando. Mas quê…
O ministro falou também sobre o risco de ações violentas: “Teremos problema, sim, se houver tentativa de manifestações violentas para impedir o direito de outras pessoas de celebrar a Copa. Para isso, as forças de segurança serão acionadas”.
É mais uma fala certa que revela como esse ministro pode ser errado. E vou explicar por quê. Por inspiração de Carvalho, com a concordância de Dilma, é claro!, o governo federal recebeu com tapete vermelho movimentos violentos como o MST e o MTST. Ou por outra: na prática, o governo federal estimula a violência, a exemplo do que faz quando celebra um acordo absurdo com o autoproclamado Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.
De resto, Carvalho diz que as forças de segurança “serão acionadas” para garantir “o direito de outras pessoas de celebrar a Copa…” Pois é. Não há dúvida de que a Polícia Militar de São Paulo cumprirá a sua função — aquela mesma polícia que vive sendo demonizada pelo petismo, muito especialmente pelo ministro Gilberto Carvalho. E encerro lembrando que os brasileiros precisam ter assegurado o seu direito de ir e vir não apenas na Copa, não é mesmo? Como esquecer que, no auge do surto dos rolezinhos, Gilberto Carvalho viu na manifestação um misto de guerra de classes com guerra racial? Os petistas chegaram ao ridículo de tentar estatizar os tais rolezinhos.
O sr. Carvalho deveria lembrar que precisamos ter garantidas a lei e a ordem também quando não há Copa do Mundo. Também quando não é para inglês ver… Ah, sim: depois da solenidade, Carvalho rumaria para o Congresso para tentar negociar a aceitação do decreto bolivariano (ver post) de Dilma. Um decreto, claro!, inspirado por Carvalho e que confere poderes especiais à pasta de… Carvalho!!!