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Fumaça preta: por enquanto, sem papa!

Na VEJA.com. Comento no próximo post. Os cardeais eleitores fizeram uma primeira votação para a escolha do novo papa nesta terça-feira e o resultado não foi conclusivo. A prova foi a fumaça negra saindo da chaminé instalada no teto da Capela Sistina. O segundo dia do conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI tem […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h41 - Publicado em 12 mar 2013, 18h39

Na VEJA.com. Comento no próximo post.

Os cardeais eleitores fizeram uma primeira votação para a escolha do novo papa nesta terça-feira e o resultado não foi conclusivo. A prova foi a fumaça negra saindo da chaminé instalada no teto da Capela Sistina.

O segundo dia do conclave que elegerá o sucessor de Bento XVI tem previstas duas votações pela manhã e duas à tarde. Caso não haja um nome de consenso, como ocorreu na votação desta terça, novamente os fiéis verão fumaça negra saindo da chaminé. Se algum nome alcançar maioria de dois terços, ou 77 votos, a fumaça será branca, anunciando que a Igreja Católica tem um novo papa.

O conclave teve início com a procissão dos 115 cardeais eleitores da Capela Paulina até a Capela Sistina, no Vaticano. Eles também prestaram juramento de sigilo, um a um, e todos os que não participariam do processo de votação deixaram o local. Nenhum contato com o mundo exterior é permitido durante o conclave.

Pela manhã, uma missa na Basílica de São Pedro iniciou os ritos para a escolha do novo pontífice. O decano do Colégio dos Cardeais, Angelo Sodano, responsável pela homilia, pediu aos cardeais que elegerão o novo papa que se comportem de “maneira digna”, com “humildade, mansidão e paciência”. Ele ainda pediu aos membros do conclave que colaborem para manter a unidade da Igreja.

Contexto
Um conclave realizado com o papa anterior ainda vivo é uma novidade para os cardeais no Vaticano. As reuniões preparatórias giraram em torno de temas incômodos para o Vaticano, como as irregularidades no Banco do Vaticano e a descoberta de chantagem envolvendo altos integrantes da Cúria. Houve discussões sobre a não-divulgação aos cardeais do conteúdo de um relatório com informações sobre os problemas internos da Cúria. A expectativa é que apenas o futuro papa tenha acesso ao documento.

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Os cardeais americanos foram os mais insistentes, mas depararam com a resistência liderada pelo ex-secretário de Estado Tarcísio Bertone. Apesar da tentativa do camerlengo de esconder os desmandos no Vaticano, muitas informações foram publicadas por jornais italianos. Para alguns cardeais, ter acesso ao conteúdo completo da apuração encomendada por Bento XVI a três cardeais de sua confiança poderia influenciar seu voto, já que uma das características apontadas como essenciais para o próximo pontífice é a habilidade de gerir problemas e conhecimento sobre a Cúria Romana para poder reformá-la.

Perfil
Lidar com as questões levantadas pelo Vatileaks, contudo, está longe de ser a única tarefa para o próximo pontífice — ou a mais difícil. A escolha por alguém com perfil religioso “conservador”, “moderado” ou “ultraconservador” pode não revelar o perfil político do futuro papa.

“Essas categorias não mapeiam facilmente o mundo secular”, afirma o jornal inglês The Guardian. “Um cardeal pode ser conservador em termos de moralidade sexual e radical na área econômica”. O jornal afirma que os termos são usados mais para diferenciar um candidato de outro do que para determinar se ele está mais inclinado para a esquerda ou direita secular.

Ao fazer uma análise do papa como administrador de uma multinacional, a Igreja Católica Apostólica Romana, a revista The Economist diz que o pontífice pode aprender com o setor privado como gerenciar sua força de trabalho. “Primeiro, você precisa punir funcionários que erram ao invés de protegê-los”, diz a reportagem.

“Em segundo lugar, você precisa tratar sua reputação como seu bem mais precioso, estabelecendo regras claras sobre comportamento ético, às quais sua equipe deve aderir, e conduzindo campanhas de relações públicas agressivas”, continua o texto, lembrando que companhias que cometeram erros dedicaram esforços a dizer a seus clientes e funcionários o que foi feito para corrigir os problemas. “Em terceiro lugar, você deve olhar adiante. Empresas realizam reuniões com seus líderes para revisar suas estratégias todos os anos, não todos os séculos”.

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Segredo
A preocupação imediata dos cardeais, contudo, é eleger quem vai se dedicar a essas tarefas no futuro próximo – antes da Páscoa, é a expectativa. E o processo de escolha do novo papa é envolvido em muito segredo. O próprio termo “conclave” decorre da ideia de que os cardeais são trancados (“com chave”) no interior da Capela Sistina para a votação.

Os funcionários que prestarão assistência aos cardeais durante o conclave (cozinheiros, faxineiros, médicos, enfermeiras) tiveram de fazer um juramento de sigilo sobre o que ocorre na assembleia. Violar o segredo resulta em excomunhão.

Os cardeais também fazem um juramento de sigilo e não podem ter contato nenhum com o mundo exterior – não podem ler jornais, acessar a internet, usar celulares. Um sistema para bloquear o sinal dos aparelhos e impedir o uso de redes sem fio foi instalado no Vaticano. A aparelhagem visa a evitar o que aconteceu em 2005, quando um cardeal vazou a informação de que Joseph Ratzinger havia sido eleito, e um canal alemão espalhou a notícia antes do famoso anúncio Habemus Papam.

Os cardeais se reunirão apenas uma vez nesta terça. A partir desta quarta, serão duas votações pela manhã e duas à noite, até que um nome alcance maioria de dois terços, ou 77 votos dos 115 cardeais eleitores. Se não houver consenso nos três primeiros dias, é feita uma pausa para oração e o trabalho é retomado em seguida.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse nesta segunda-feira que, muito provavelmente, a primeira fumaça será preta, anunciando que ainda não há um novo papa eleito. Quando o novo pontífice for definido, a fumaça branca anunciará a novidade para os devotos, na Praça de São Pedro e no mundo.

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