Fogo destrói carro da TV Record; “âncora” de programa, que se faz porta-voz dos baderneiros, passa a chamar incendiários de bandidos. Mas continua a perguntar: “O que você quer? Hospital ou Copa do Mundo?” Nota: Record não tem direito de transmissão de evento
Os fascistas que estão em frente à Prefeitura de São Paulo primeiro tentaram virar um veículo-gerador de TV Record. Não conseguiram. Então decidiram botar fogo no carro, que foi consumido pelas chamas. Imediatamente, sintonizei a emissora para ver o que dizia o tal Marcelo Rezende, que se refere às manifestações como “a nossa voz” e […]
Os fascistas que estão em frente à Prefeitura de São Paulo primeiro tentaram virar um veículo-gerador de TV Record. Não conseguiram. Então decidiram botar fogo no carro, que foi consumido pelas chamas.
Imediatamente, sintonizei a emissora para ver o que dizia o tal Marcelo Rezende, que se refere às manifestações como “a nossa voz” e aos manifestantes como “nós”. Pelo visto, ele ainda não sabia do episódio. E continuava, com aquele seu jeito muito próprio, a devolver ao meio ambiente tudo o que tinha no estômago: “Aí eu pergunto pra você: o que é melhor pra nós, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, ou um hospital? Você que é pai, que tem filho, quer um hospital ou a Copa? Olhem aí, nós estamos na rua…”.
E seguia a expelir coisas ainda mais abjetas quando deve ter sido avisado do incêndio. Aí passou a lamentar a ação de criminosos, lembrando que que a turma do Movimento Passe Livre já tinha procurado a sua equipe para agradecer o apoio.
Há uma degeneração generalizada de padrão — do jornalismo ou do subjornalismo, já, por si, degenerado.
Na GloboNews, a absolvição do vandalismo e a responsabilização da vítima (ver post). Na Record, a mistura de negócios — afinal, a emissora não é detentora dos direitos de transmissão da Copa das Confederações e da Copa do Mundo — com a causa dos supostos “oprimidos”. O lixo moral vai se acumulando.
Ocorre que os fascistoides que estão soltos — e nem eles sabem que são fascistoides — não têm tempo nem espaço para certas sutilezas.
É imprensa? Eles não gostam. Jornalistas da Globo, apesar de toda simpatia pelo movimento, têm de trabalhar com os microfones cobertos — ou sem o logo. Alguns se disfarçam de manifestantes e têm de filmar tudo pelo celular.
Mas repetem o mantra: a manifestação é pacífica!