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Entre Judas e Cristo, quem seria Levy? Resposta: nem um nem outro!

Na entrevista concedida ao Estadão, a presidente Dilma afirmou que Joaquim Levy não deve ser tratado como Judas… É, convenham, ele, com efeito, não traiu ninguém, não é mesmo? Se há traidores de convicção nessa história, são outros, não ele. Nunca foi petista e segue não rezando pela cartilha do PT. Foi a vez de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h12 - Publicado em 8 jun 2015, 20h44

Na entrevista concedida ao Estadão, a presidente Dilma afirmou que Joaquim Levy não deve ser tratado como Judas… É, convenham, ele, com efeito, não traiu ninguém, não é mesmo? Se há traidores de convicção nessa história, são outros, não ele. Nunca foi petista e segue não rezando pela cartilha do PT.

Foi a vez de o vice-presidente, Michel Temer, coordenador político do governo, recorrer às Santas Escrituras. Ele associou o ministro a Jesus. Disse:
“[Jesus] sofreu muito, foi crucificado, mas teve uma vitória extraordinária, na medida em que deixou um exemplo magnífico, extraordinário para todo o mundo”.

É claro que não foi esta a intenção de Temer, mas se trata de um elogio ambíguo, né? De fato, em muitos sentidos, Cristo pode ser considerado um vencedor, mas pagou um preço individual bastante alto. Levy já deu mostras de que não está disposto a arcar com a primeira parte da trajetória do nazareno, não é mesmo?, que é justamente aquela sacrificial, marcada pelo sofrimento.

Quando suspeitou que o seu programa de ajustes estava sendo sabotado nas altas esferas do próprio governo — a facção mais arraigadamente petista —, faltou ao anúncio do corte do Orçamento, pretextou uma gripe, deixou claro que rejeitava a cruz e que não seria o cordeiro sacrificado da razão que tira do mundo os pecados da inflação e do excesso de gastos.

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Ele até topa fazer o que tem de ser feito, mas sem essa de chicote e cruz. Aliás, as imagens escolhidas são todas elas plenas de referências interessantes. Cristo, à sua maneira, era um heterodoxo, não é mesmo ? — ao menos em relação ao judaísmo, que era a sua religião. E não foi aceito justamente pela ortodoxia.

Com efeito, Levy está mais para a ortodoxia do livro-texto de economia do que para soluções imaginosas. Se há algum traço exótico nessa sua trajetória recente, tal traço está em servir a um grupo político que, até havia pouco, pensava e fazia tudo o que ele, dada a sua trajetória intelectual,  abominava.

Levy, definitivamente, não é Cristo. E é bom que os petistas se lembrem sempre disso. Antes que seja mandado para a cruz, ele volta para o Bradesco, onde ninguém pretendia crucificá-lo.

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