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Eleição na Venezuela. Ou: É a ditadura que sustenta o chavismo; não é o chavismo que sustenta a ditadura

É a ditadura que sustenta o chavismo na Venezuela; não é o chavismo que sustenta a ditadura. Não se trata de mero jogo de palavras. Houvesse uma disputa em igualdade de condições, o presidente ilegítimo e ilegal que está no poder, o bolivariano Nicolás Maduro, seria derrotado na eleição deste domingo pelo opositor Henrique Capriles. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 06h28 - Publicado em 14 abr 2013, 07h45

É a ditadura que sustenta o chavismo na Venezuela; não é o chavismo que sustenta a ditadura. Não se trata de mero jogo de palavras. Houvesse uma disputa em igualdade de condições, o presidente ilegítimo e ilegal que está no poder, o bolivariano Nicolás Maduro, seria derrotado na eleição deste domingo pelo opositor Henrique Capriles. E assim seria porque a sociedade venezuelana é muito menos “chavista” do que se pode entender à distância. Por isso mesmo, o regime ditatorial se encarregou de criar um arcabouço legal que torna a derrota das forças do governo muito difícil.

Sim, existem regimes ditatoriais que contam com apoio popular esmagador. Foi o que se viu com os vários fascismos na Europa no século passado. “Se o povo apoia, ainda assim, é ditadura?” Perguntem a Hitler. Perguntem a Mussolini. A adesão da maioria é um dado que costuma estar presente nos regimes democráticos, mas ela, por si, não define a democracia, que se caracteriza por um conjunto de valores bem mais amplo — entre eles, o respeito à minoria. Pode até acontecer, e é muito frequente, de um governo democrático ser bastante impopular. No caso daqueles regimes europeus do século 20, podia-se dizer, sem sombra de dúvida, que era o fascismo — DO POVO!!! — que sustentava as ditaduras. Caso elas tivessem promovido eleições livres e limpas, os facínoras teriam vencido.

Não é o que se vê na Venezuela. Ao contrário: é a ditadura que sustenta o chavismo. Promovam-se eleições limpas para ver se os chavistas serão ou não corridos do poder. Pesquisas de opinião que circularam fora da Venezuela — na semana do pleito, é proibido divulgar números no país — apontam uma queda substancial na diferença entre Maduro e Capriles. Segundo o Datanalisis, entre 4 e 11 deste mês, a distância foi encurtada em 9,3 pontos percentuais, fixando-se em 7,2 pontos: 44,4% para o compincha de Chávez e 37,2% para o oposicionista.

Esses números são tão espetaculares para os oposicionistas, dadas as condições em que disputam a eleição, que chego a duvidar um pouco. Outros levantamentos apontam que a vantagem de Maduro, que já chegou a 20 pontos, teria caído para 10.

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Com um cadáver e as TVs
As oposições, na Venezuela, têm apenas a mobilização de rua e das redes sociais. Nada mais! Foram banidas das rádios e das TVs, hoje controladas pelo governo. São verdadeiras máquinas de propaganda oficial, inclusive em favor da eleição de Maduro. O vídeo, produzido pelo lulista João Santana, que anuncia o renascimento de Chávez foi veiculado em todas as emissoras. Uma das estatais da comunicação criou um desenho animado, também exibido em rede nacional, em que o ex-ditador é recebido no céu por “heróis” latino-americanos. O regime criou milícias — armadas! — para defender o governo e constranger oposicionistas. Controlam com mão de ferro os bairros pobres de Caracas.

A história é conhecida. Chávez recorreu a eleições para criar instituições e leis que assegurem a permanência de seu grupo no poder. É o caso de as forças políticas no Brasil ficarem atentas. O PT dá início nesta semana a uma campanha em favor do financiamento público de campanha. Como já expliquei aqui, é só uma tentativa de tornar as eleições meros processos homologatórios. As modernas ditaduras prescindem de tanques. Elas gostam mesmo é das urnas como legitimadoras do golpe.

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