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Depois de tentar pegar carona na Seleção, Dilma busca se descolar do desastre dos 7 a 1

Na segunda, a presidente Dilma estava batendo papinho no Facebook — desocupação é a morada do capeta — para atacar os “urubus do pessimismo”, tentando pegar carona até na contusão de Neymar. Mandou um “É TOIS” e ainda posou fazendo um “T” com os braços, logo transformado por um gaiato nas redes sociais num “7”, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 03h31 - Publicado em 10 jul 2014, 07h44

Na segunda, a presidente Dilma estava batendo papinho no Facebook — desocupação é a morada do capeta — para atacar os “urubus do pessimismo”, tentando pegar carona até na contusão de Neymar. Mandou um “É TOIS” e ainda posou fazendo um “T” com os braços, logo transformado por um gaiato nas redes sociais num “7”, referência ao número de gols da Alemanha (vejam post). Reportagem da Folha de hoje informa que a Soberana, que havia decidido faturar com a Copa, agora busca um modo de se descolar do evento — sempre elogiando, claro!, a garra dos brasileiros.

Nota à margem: a exemplo do que fez reportagem do Estadão, também a da Folha incorre num erro, a saber: “O fracasso aventado pela oposição na logística da Copa não aconteceu”. Pergunta: quando foi que “a oposição” aventou “o fracasso logístico” da Copa? Quem da oposição? Que político? Que partido? Que nome? Apontar problemas não é antever fracasso ou caos. Nesse particular, mais a imprensa tem do que se penitenciar do que a oposição, não é mesmo? Ou nem tem. Ao apontar problemas, que houve às pencas, o jornalismo cumpre a sua função. E a oposição também. Jogar nas costas dos adversários do PT a antevisão do insucesso da Copa é só endossar uma pauta petista, voluntária ou involuntariamente. Não haveria nada de errado nisso se fato fosse. Mas não é. A menos que surjam as evidências. Sigamos.

Dilma concedeu uma entrevista à rede norte-americana CNN e disse coisas como: “Sei que somos um país que tem uma característica bastante peculiar: nós crescemos na adversidade”. Isso é peculiar, é? EUA, Japão, Coreia do Sul e Alemanha, para citar alguns países, sucumbiram às suas respectivas adversidades? De resto, estamos de volta à cascata de sempre. NÃO ACONTECEU TRAGÉDIA NENHUMA COM O PAÍS. Aconteceu foi um vexame, um desastre, mas com a Seleção Brasileira, que não é o Brasil. Ela é, sim, uma das expressões da nacionalidade. E só! A esmagadora maioria de nós se sente representada por ela, MAS É UMA REPRESENTAÇÃO QUE SE DÁ APENAS NO CAMPO DE FUTEBOL.

Quem tenta transformar o esporte em manifestação política é gente como Dilma Rousseff e Lula. Vejam que curioso: o Brasil venceu uma Copa em 1994. O presidente era Itamar Franco. Quem ganhou a eleição, como é sabido, foi o Plano Real, representado por FHC. Pesquisei. Não há textos tratando do binômio Copa-eleição. A nossa Seleção voltou a vencer em 2002. O presidente era FHC. Quem venceu a disputa eleitoral pouco mais de três meses depois foi Lula. Pesquisei de novo. Ninguém relevante se ocupou de especular se o “penta” ajudava o governo ou a oposição.

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E é fácil de saber o motivo. Itamar ficou longe da bola. FHC fez o mesmo. E olhem que este pode se dizer ainda hoje pé quente, não? Era o homem do Real em 1994 e o presidente em 2002. O PT estaria mais para seca-pimenteira se fosse o caso de ligar a política à pelota. Por que isso agora é um assunto? Também essa questão tem resposta fácil: porque o PT politizou o torneio desde que o Brasil foi declarado a sede do evento de 2014. As ruas, nunca a oposição, lançaram o “Não vai ter Copa” — movimentos, aliás, que eram interlocutores de Gilberto Carvalho.

Estava, sim, em curso uma onda “ninguém segura este país” e “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Essa gente não cria “black list” de jornalistas à toa. Isso não quer dizer que o povo cairia na conversa. Quer dizer apenas que a tentativa de manipulação estava em curso. Agora Dilma busca pular fora, sob o risco de entregar a taça a Lionel Messi, em pleno Maracanã.

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