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CUIDADO: ZELAYA É QUE PODE SER UM GÁS TÓXICO

Um pouco temerária a manchete da Folha deste sábado – “Embaixada do Brasil é atingida por gás” – e ainda mais arriscada a manchete da página interna: “Embaixada em Honduras é atacada por gás“. Deixo claro, hein: não estou acusando o correspondente do jornal de mentiroso. Ele estava lá e disse que sentiu “cheiro de […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h47 - Publicado em 26 set 2009, 05h29

Um pouco temerária a manchete da Folha deste sábado – “Embaixada do Brasil é atingida por gás” – e ainda mais arriscada a manchete da página interna: “Embaixada em Honduras é atacada por gás“. Deixo claro, hein: não estou acusando o correspondente do jornal de mentiroso. Ele estava lá e disse que sentiu “cheiro de inseticida”. O “cheiro de inseticida” virou “gás”; na manchete, o gás “atingiu” a embaixada, e, na página interna, já houve um “ataque”. Estar no local é sempre importante. Mas nenhum engano pode ser tão definitivo quanto o da testemunha ocular — ou, no caso, nasal.

Estranho. Estranho muito e exponho os motivos do meu estranhamento.

O mesmo presidente que tinha acusado anteontem o ataque com gás — em entrevista a Frances Robles, do The Miami Herald (aqui), também afirmou estar sendo vítima de radiação de alta freqüência, tudo obra de mercenários israelenses. Ele também é dado a ouvir vozes do além — provavelmente é Hugo Chávez. Ontem, ele voltou a falar que existe um aparelho de microondas voltado contra ele… Então tá!

No relato de Thaís Oyama, da VEJA, que está em Tegucigalpa, lê-se:
“Na tarde de sexta, Zelaya voltou a falar em gás. Desta vez, haveria pessoas sangrando e com dificuldade para respirar. O assistente de chancelaria da embaixada, José Wilson Batista, disse que de fato sentiu um cheiro de gás e um ressecamento da garganta por volta do meio-dia, mas que isso durou “só uns quinze minutos” e que ele não viu ninguém sangrando.

A propósito: que tipo de gás provoca, assim, um sangramento, que logo passa, sem que a pessoa precise de um auxílio médico mais acurado? Vai saber… Com Zelaya, tudo é possível. VEJA falou com o próprio:
VEJA – Mas o senhor disse que estava sendo torturado por radiações de alta freqüência e por gases tóxicos introduzidos na embaixada por mercenários israelenses.
Zelaya – Depois que denunciei isso, penso que desativaram os aparatos que me estavam adoecendo.

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Entendo.

Ponho a mão no fogo pela inteligência de bem poucas pessoas, mas pergunto: com os olhos do mundo todos voltados para lá, o governo de Honduras seria cretino a ponto de voltar a usar gás mesmo depois que a “denúncia” do maluco corria o mundo? Segundo entendi, o gás teria sido usado, desta feita, pelos militares, não mais pelos “mercenários israelenses”. Vai ver o tal aparelho de tortura ou mental, ou de abdução,  também existe, né?

Atenção!
Digamos que o governo interino tenha feito mais esta cretinice – além de não obrigar o sujeito a trocar o pijama por um terno antes de sair do país… O ato seria detestável e certamente mereceria a condenação de todos. Mas nem isso faz o que aconteceu lá ser um golpe. Quem cumpre o que está escrito numa Constituição democrática não dá golpe, mas cumpre o rigor do estado de direito. Se ele foi tirado do país contra a sua vontade, aí se transgrediram, certamente, leis —  mas golpismo continua a ser outra coisa.

É patético que o Brasil tenha se metido nesta encrenca. A partir de amanhã, o Irã e suas instalações nucleares secretas é que passam a chamar a atenção do mundo. O Megalonanico restou como coadjuvante de uma farsa.

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