Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Barusco sobre propinas pagas ao PT: “Aparecia o nome de todo mundo”

Por: Laryssa Borges, na VEJA.com: O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco afirmou, em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, ter discutido com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto o pagamento de propina para o partido pelo menos “uma dezena de vezes” a partir de 2010. De acordo com o ex-dirigente, que se tornou […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h56 - Publicado em 15 jul 2015, 22h15

Por: Laryssa Borges, na VEJA.com:
O ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco afirmou, em depoimento ao juiz federal Sergio Moro, ter discutido com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto o pagamento de propina para o partido pelo menos “uma dezena de vezes” a partir de 2010. De acordo com o ex-dirigente, que se tornou um dos principais delatores da Lava Jato, entre os destinatários da propina recolhida em nome do partido “aparecia o nome de todo mundo”. Apesar de afirmar que não cabia a ele intermediar o repasse do dinheiro sujo aos políticos escolhidos pelo PT, Pedro Barusco disse que um dos petistas citados como destinatário dos recursos era o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.

“Na conversa, aparecia o nome de todo mundo. Eu não podia assim dizer que isso foi para fulano ou para outra pessoa. Se falava de uma forma geral. O nome dele [Dirceu] aparecia nas conversas. Se ele efetivamente recebeu, não era papel meu. Não me envolvia com esse negócio do partido”, disse Barusco ao relatar, em detalhes, o esquema de pagamento de propina que sangrou os cofres da Petrobras. Sobre as conversas com Vaccari, resumiu: “Tinha uma agenda ligada aos contratos da companhia, os problemas, os recebimentos, as propinas, os andamentos, os novos projetos, novas licitações”. Dirceu responde a um inquérito na Operação Lava Jato por suspeitas de lavagem de dinheiro. Nesta terça-feira, o executivo Julio Camargo já havia incriminado Dirceu ao afirmar que o petista recebeu 4 milhões de reais a pedido do ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

Barusco foi interrogado no processo em que o ex-tesoureiro do PT é réu por crimes de lavagem de dinheiro. Ao juiz Sergio Moro, ele voltou a descrever como funcionava a partilha de propina na estatal petrolífera. Em contratos na diretoria de Serviços, de Gás e Energia, por exemplo, 1% do valor dos contratos pagos era para o PT e 1% para funcionários da “Casa”, ou seja, da Petrobras. Quando a propina envolvia a atuação de um operador, o porcentual referente à “Casa” era dividido na seguinte proporção: 40% para o ex-diretor Renato Duque, 30% para Pedro Barusco e 30% para o operador.

Em um caso específico em que Barusco indicou dificuldades no recolhimento de vantagens indevidas, ele e o então tesoureiro do PT chegaram a fazer uma espécie de intercâmbio entre as empresas pagadoras MPE e Schahin para facilitar o depósito da propina. Ao longo de toda sua atuação, Pedro Barusco estimou que tenha recolhido cerca de 73 milhões de dólares em dinheiro sujo e lucrado aproximadamente 25 milhões de dólares em aplicações ou investimentos a partir da propina.

Continua após a publicidade

Apesar dos milhões de dólares desviados no petrolão e de ter revelado que repassou quinzenalmente uma média de 50.000 reais em propina ao ex-diretor de Serviços Renato Duque, o ex-gerente disse que, mesmo com a cobrança “institucionalizada”, o índice de pagamento efetivo pelas empreiteiras era baixo, de cerca de 20%. “A Casa recebia muito menos do que o estava compromissado”, declarou. “O índice de sucesso era baixo”.

Ao juiz Sergio Moro, Pedro Barusco relatou a atuação dos operadores Mario Goes e Bernardo Freiburghaus, suspeitos de recolher propina de empreiteiras e distribuir a agentes públicos. Goes está preso por ordem do juiz Sergio Moro. Freiburghaus, citado como o operador de propinas em nome da Odebrecht, mora na Suíça e não é réu nos processos da Lava Jato. A Odebrecht, o PT e o ex-ministro José Dirceu negam participação nas irregularidades investigadas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.