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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Barbiere, o deputado que diz saber de um monte de sacanagem, nega-se a falar. Ele está deixando o berço do herói para se deitar no do chantagista… A imprensa precisa tomar cuidado para não virar cúmplice

Não sei qual é a do deputado Roque Barbiere (PTB), deputado estadual de São Paulo, aquele que denunciou a venda generalizada de emendas. Sei que, como está, a coisa não vai bem. A imprensa paulistana tem lhe dado uma trela danada. Eu acho que a coisa começa a ganhar contornos suspeitos. E explico por quê. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 10h34 - Publicado em 4 out 2011, 22h07

Não sei qual é a do deputado Roque Barbiere (PTB), deputado estadual de São Paulo, aquele que denunciou a venda generalizada de emendas. Sei que, como está, a coisa não vai bem. A imprensa paulistana tem lhe dado uma trela danada. Eu acho que a coisa começa a ganhar contornos suspeitos. E explico por quê. Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida:

O deputado Roque Barbiere (PTB), que denunciou esquema de venda de emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo,  afirmou nesta terça-feira, 4, que não vai entregar nomes de deputados ao Conselho de Ética da Casa. “Nenhum nome. Nem com revólver na cabeça. O objetivo não é dedurar ninguém. É acabar com a prática ou dar a ela mais transparência”, declarou. Barbiere disse ainda que deve fazer seu depoimento no Conselho de Ética por escrito e que vai pessoalmente ao Ministério Público e que, ‘dependendo da forma como for tratado’, pode informar a promotoria sobre um caso concreto.

Segundo ele, esse caso concreto envolve parlamentares e ex-parlamentares. Barbiere não deu mais informações sobre que caso seria esse. Mas disse que houve parlamentares que venderam emendas que até já morreram e comparou a Assembléia a um camelódromo. “Tem várias maneiras. Isso é igual camelô. Cada um vende de um jeito. Cada um tem uma maneira, cada um tem um preço”, disse.

Comento
Aí não dá! Barbieri pôs agora a imprensa diante de um dilema ético. Ela se tornou uma espécie de caixa de ressonância de suas denúncias, que, no entanto, não têm alvo — conhecido ao menos. Como ele está deixando claro, ele só diz os nomes se quiser. Digamos que tenha um monte de provas. Os seus prováveis alvos devem estar preocupados, e Barbiere, então, os têm em suas mãos.

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Aos seus pares, ele assegura, nada dirá. Ao Ministério Público, depende. Se for bem tratado, talvez o faça. A partir da fala de hoje, Barbieri abandona o trono do herói e assume o do chantagista.

“Ele não está fazendo o mesmo que Eliane Calmon, do CNJ, a quem você apoiou, Reinaldo?” Pois é! Eu critiquei a fala de Eliane, lembram-se?, embora seja contra as restrições à atuação do CNJ. De todo modo, ela efetivamente atua para punir os “bandidos que se escondem atrás da toga”, como denunciou. Já Barbiere vai pensar no que fazer…

Ah, assim não dá! Ou ele fala o que sabe ou, então, tenho o direito de achar que ele está tentando negociar as informações que tem. A partir de agora, a imprensa se torna cúmplice de seus métodos.

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