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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Autores da petição contra financiamento privado de campanha — aquela saída da turma de Barroso e “lavada” pela OAB — falaram nas audiências públicas como se fossem pessoas isentas. E eu lembrei de um poema de Drummond

Como vocês leem no post acima, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, não se constrangeu em ser juiz da causa que ele próprio, na prática, patrocinou. Embora a petição inicial enviada ao Supremo pedindo que seja declarado inconstitucional o financiamento privado de campanha tenha a assinatura da OAB, a ordem assume explicitamente os […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h48 - Publicado em 14 dez 2013, 05h25

Como vocês leem no post acima, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, não se constrangeu em ser juiz da causa que ele próprio, na prática, patrocinou. Embora a petição inicial enviada ao Supremo pedindo que seja declarado inconstitucional o financiamento privado de campanha tenha a assinatura da OAB, a ordem assume explicitamente os autores intelectuais do texto. Um deles é Daniel Sarmento, colega de departamento de Barroso na UERJ e seu subordinado intelectual. Outro, Eduardo Mendonça, já foi sócio do agora ministro num escritório de advocacia e hoje é seu assessor no Supremo. E as coisas podem ficar ainda mais feias.

Em seu voto, Luiz Fux, o relator, citava com muito entusiasmo passagens das “audiências públicas” que realizou para debater o assunto. Realmente comovente. Foram ouvidas 30 pessoas: por incrível que pareça, no grupo estavam nada menos do que… Sarmento e Mendonça. Vale dizer: eles eram chamados para dar uma opinião — ISENTÍSSIMA!!! — sobre uma peça da qual, na verdade, eram autores. Com a devida vênia, isso é bastante vergonhoso. Segue a lista dos que participaram das audiências. Volto em seguida.

Audiência 1Audiência 2Audiência 3

Voltei
Aí é ruim, né? Ora, o autor de uma petição, convenham, fala é na petição, não na audiência pública. Essa turma toda está me lembrando um poema de Drummond chamado “Quadrilha”, aquele do João que “amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria…” Todo mundo está ligado, né?

Ainda estou lendo os depoimentos. Estou na página 114 de 252. É coisa pra caramba! Mas eu não ligo, não! Um dos segredos da minha chatice com os bacanas é ser metódico e determinado. Não faltam ponderações razoáveis, sensatas, nas audiências. Mas o ministro Luiz Fux devia estar surdo naquele dia. O mais impressionante é que os fanáticos contra o financiamento privado NÃO MEDIRAM EM NENHUM MOMENTO AS CONSEQUÊNCIAS DA PROIBIÇÃO. Limitaram-se a demonstrar que são homens bons e favoráveis à igualdade. E não faltou o patético, é claro!

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O petista Henrique Fontana, relator da reforma política que não aconteceu, tentou emplacar o financiamento público de campanha. Quebrou a cara. Vão tentar agora o tapetão. Destaco uma fala do petista. Prestem bem atenção!

“Quem decide, por exemplo, os candidatos que a FEBRABAN vai financiar para montar a sua bancada de influência dentro do Congresso Nacional? Não é o povo brasileiro. Essas listas fechadas devem, sim, preocupar a todos os cidadãos brasileiros. Sonho com o dia em que, depois de eleito um Presidente da República, ao responder a pergunta “quem financiou a sua campanha, Presidente Fernando Henrique Cardoso, Presidente Lula ou Presidenta Dilma?”, a resposta possa ser: foi o povo brasileiro inteiro que financiou a minha campanha”.

Comento
Quem decide os candidatos que serão apoiados pelos sindicatos, senhor Fontana? Se os bancos doarem dinheiro “por dentro”, com registro, tanto melhor! No caso da máquina sindical, o financiamento se dá por vias tortas porque eles estão proibidos de fazer campanha política. Mas fazem mesmo assim, não é?, por intermédio de recursos indiretos. Um caminhão de som que participa de um comício é ou não é DINHEIRO?

De resto, o que impedirá as empresas de continuar a financiar candidatos, mesmo com a proibição?

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