Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

ATENÇÃO, JUDEUS E HUMANISTAS DE TODAS AS ORIGENS! UM ATO EXPLÍCITO DE ANTISSEMITISMO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. E AÍ? VAI FICAR POR ISSO MESMO?

Quando a gente acha que eles já chegaram ao limite até do intolerável, estejam certos, dão mais um passo e mergulham na abjeção mais explícita, mais descarada, mais asquerosa. Algo de muito grave aconteceu na Universidade Federal de Santa Maria  (UFSM), no Rio Grande do Sul. Trata-se de um ato explícito, acho eu, de antissemitismo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h13 - Publicado em 4 jun 2015, 08h05
José Fernando Schlosser, o autor do memorando absurdo

Professor José Fernando Schlosser, o autor do memorando absurdo

Quando a gente acha que eles já chegaram ao limite até do intolerável, estejam certos, dão mais um passo e mergulham na abjeção mais explícita, mais descarada, mais asquerosa. Algo de muito grave aconteceu na Universidade Federal de Santa Maria  (UFSM), no Rio Grande do Sul. Trata-se de um ato explícito, acho eu, de antissemitismo — e não adianta dourar a pílula —, que agride o Artigo 5º da Constituição e a Lei 7.716, atualizada pela 9.459, que pune o crime de racismo.

O que aconteceu? O inimaginável.

José Fernando Schlosser, pró-reitor de pós-graduação da UFSM, enviou um memorando a todos os chefes do programa cobrando uma relação de alunos e professores oriundos de Israel. Ele deixou claro de quem era a solicitação: Diretório Central de Estudantes (DCE), Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm) e Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino. Vejam.

Continua após a publicidade

Para quê? Com que propósito? O memorando não explicita, mas todos sabem o que todos sabem: o objetivo era propor boicote a esses cursos e, na prática, hostilizar os alunos e professores israelenses porque… israelenses. Talvez o tal Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino tenha explicação melhor.

É claro que se trata de uma manifestação arreganhada de antissemitismo. Ah, não? Não tem nada a ver com o fato de serem judeus? Serve, então, uma acusação de “anti-israelismo” — como se fosse coisa muito distinta? Por que o tal Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino quer saber onde estão os israelenses? Por que o DCE quer a lista? E as entidades de caráter sindical?

Essa gente toda tem de ser processada. É claro que José Fernando Schlosser, com sua espantosa irresponsabilidade, tem de encabeçar a lista. O segundo pode ser o reitor da instituição, o senhor Paulo Burmann. Por quê? Explico. Vejam isto.

Continua após a publicidade
Imagem que circulou. Documento original não traz os lemas

Imagem que circulou. Documento original não traz os lemas “Freedom for Palestine” e “Boycott Israel”

Burmann confirma que o pedido foi mesmo feito, mas nega que o documento tenha sido emitido com as palavras de ordem apostas ao texto “Freedom for Palestine” e “Boycott Israel”. Em nota, afirma o seguinte:
“Diante do fato, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, reitera que o documento é ‘inverídico e fraudulento’ e que os responsáveis pela fraude e disseminação serão identificados. Complementa ainda que, encaminhando o documento original, a Instituição apenas cumpriu a Lei de Acesso à Informação”.

O reitor Paulo Burmann: ele tenta fazer de conta que o pedido é normal

O reitor Paulo Burmann: ele tenta fazer de conta que o pedido é normal. Não é, não!!!

Continua após a publicidade

Uma ova, doutor! A Lei de Acesso à Informação não serve a esse propósito. Em que a lista de estudantes e professores judeus pode ser útil às entidades que a solicitaram? Quer dizer que Burmann acha grave que alguém escreva num documento “liberdade para a Palestina” e “boicote a Israel”, mas acha normal que se encaminhe uma solicitação como aquela? O grave, meu senhor, não está contido naquela imagem, mas no texto em si e na iniciativa.

No jornal Zero Hora, leio a seguinte desculpa esfarrapada:
“A Sedufsm também nega qualquer tipo de discriminação e alega que havia pedido informações sobre um possível convênio entre UFSM e a empresa israelense Elbit, que fabrica armamentos e aeronaves. A justificativa para o pedido de informações é que a Sedufsm é contra a participação da UFSM em convênio que possa resultar em armas a serem usadas contra os palestinos, que estão em conflito com Israel.”

Ah, não me diga! E se for um convênio com Venezuela, Cuba, Angola, Bolívia ou Equador?

Continua após a publicidade
Memorando original: seu conteúdo é igualmente asqueroso

Memorando original: seu conteúdo é igualmente asqueroso

As universidades federais, com exceções raras, tornaram-se antros da militância ideológica mais obtusa, mais obscurantista, mais cretina e, parece-me, potencialmente violenta. Vejo na justificativa da Sedufsm uma espécie de confissão: ainda que o tal convênio existisse, por que alunos e professores israelenses deveriam responder por ele?

Leio no blog do jornalista Políbio Braga que “o professor da UFGRS, também jornalista, Luís Milmann, protocolou uma notícia-crime contra Schlosser no Ministério Público Federal. Denunciou ainda a prática discriminatória à Polícia Federal, à reitoria da UFSM, ao Ministério da Educação, à Presidência da República, à embaixada de Israel no Brasil, ao presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul e ao Movimento Justiça e Direitos Humanos”.

Continua após a publicidade

É o certo. O que se deu é muito grave. Esse tipo de delinquência política, intelectual e moral não pode mais ter lugar nas universidades brasileiras, muito especialmente nas públicas, assaltadas por grupelhos de extrema esquerda que se querem os intendentes de uma ordem que afronta as instituições e a Constituição do Brasil.

Se o ato do tal professor é asqueroso, não é menos deletéria a reação do reitor, que se incomoda com o menos e tenta justificar o mais. A reitoria diz ainda que jamais forneceria os respectivos nomes de alunos e professores, mas apenas a existência ou não dessas pessoas. Ainda que fosse assim, com que propósito?

O que querem as entidades que pediram a informação? O que quer o professor? O que quer o reitor? Que os judeus passem a circular no campus com uniformes listrados e uma estrela amarela no peito?

Texto publicado originalmente às 22h48 desta quarta

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.