Apesar de cobertura favorável às manifestações, Globo vira alvo de protestos e é chamada de “fascista”
Por mais que a cobertura das TVs, especialmente da Globo, sejam simpáticas aos que protestam, não tem jeito: os manifestantes, pouco importa a pauta, não gostam da imprensa. Em São Paulo, milhares de manifestantes se dirigiram para as imediações da sede da Globo e recitaram palavras de ordem contra a emissora. Em Brasília, quando perceberam […]
Por mais que a cobertura das TVs, especialmente da Globo, sejam simpáticas aos que protestam, não tem jeito: os manifestantes, pouco importa a pauta, não gostam da imprensa. Em São Paulo, milhares de manifestantes se dirigiram para as imediações da sede da Globo e recitaram palavras de ordem contra a emissora. Em Brasília, quando perceberam que um repórter da Globo entrava num link ao vivo, mandaram ver num refrãozinho: “Globo fascista/ falso moralista”.
E olhem, reitero, que a abordagem das TVs não poderia ser mais favorável. Os manifestantes eram tratados, assim, como uma assembleia de sábios. Mas não adianta: quando se rompem os vínculos da democracia representativa, toda representação — e, por consequência — representatividade passam a ser inúteis, encaradas como coisa de reacionários.
Daí o ódio à imprensa. Ainda que os jornalistas também saiam jogando coquetel molotov — de certo modo, passaram o dia jogando coquetéis molotvs verbais —, a sua adesão sempre será considerada fraca e insincera. No Jornal Nacional, Patrícia Poeta leu um pequeno editorial afirmando a cobertura imparcial da emissora. Não adiantou. Virou alvo de xingamentos nas redes sociais. Voltarei ao assunto mais tarde.