Apedeuta volta para dar instrução aos petistas e para fazer o que Dilma não consegue: política!
Por Vera Rosa, no Estadão. O título é meu. No auge da crise envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, na prática, a articulação política do governo Dilma Rousseff. Lula almoçou ontem com senadores do PT, jantou com Dilma e Palocci, no Palácio da Alvorada, deu […]
Por Vera Rosa, no Estadão. O título é meu.
No auge da crise envolvendo o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, na prática, a articulação política do governo Dilma Rousseff. Lula almoçou ontem com senadores do PT, jantou com Dilma e Palocci, no Palácio da Alvorada, deu voz de comando para a defesa do ministro e hoje tomará café da manhã, na casa do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com os líderes da base aliada no Congresso.
“Estão testando o governo da Dilma. Quiseram me intrigar com ela e não conseguiram. Agora, se o governo entregar a cabeça do Palocci, vai cometer um grande erro. Não dá para pôr o Pelé no banco”, disse Lula, segundo relato de três senadores que participaram do almoço com o ex-presidente, na casa de Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Preocupado com o prolongamento da crise, Lula traçou ali a estratégia da reação, mas ouviu queixas sobre a falta de articulação política do Palácio do Planalto. Os petistas disseram a ele que, com Palocci alvejado por denúncias de multiplicação do patrimônio e suspeita de tráfico de influência, a situação só piorou. Insatisfeitos, eles reclamaram não apenas da lentidão para a montagem do segundo escalão como da ausência de diálogo e de argumentos para defender Palocci e o governo.
Lula mostrou-se disposto a preencher o vácuo político, mas longe dos holofotes, nos bastidores. Disse que conversaria com Dilma, Palocci e com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio. “Essa queixa é justa e vamos melhorar o diálogo”, afirmou o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Com o argumento oficial de que vai tratar da empacada reforma política, Lula também pedirá empenho a Sarney e aos líderes da base aliada, hoje, para evitar constrangimentos ao Planalto no Congresso.
“A posição do Lula é semelhante à nossa: até o momento não há acusação frontal que vá abalar nossa confiança em Palocci. Além disso, ele enviará os esclarecimentos ao Ministério Público”, disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), referindo-se ao pedido feito pela Procuradoria-Geral da República para que Palocci explique as denúncias que pesam contra ele. Aqui